Biden, que já não gosta de viajar, e perder horas em infinitas cerimónias protocolares, decidiu, de repente, voltar à Polónia, para uma segunda visita em menos de um ano. Curioso e intrigante. É da Polónia que partem todos os líderes mundiais que vão à Ucrânia, e Biden não terá outra alternativa se quiser abraçar Zelensky, algures entre o dia 20 e 24 de Fevereiro.
A Casa Branca nunca abrirá o jogo, por todas as razões, mas esta será a oportunidade de o presidente americano ir a Kiev, como tanto deseja. Ele sabe que tem de o fazer, um dia, pelo sinal de força que transmite aos ucranianos, aos aliados, e à Rússia. E esta é altura certa.
Os americanos não escondem o desejo de ver os ucranianos a lançarem-se numa poderosa ofensiva na Primavera, já contando com os novos equipamentos pesados, como os tanques, outros blindados e mais sistemas de mísseis e artilharia. Dos aviões de combate ainda não se sabe, mas há uma forte pressão europeia para se equipar a Ucrânia com estes meios. É também muito visível a força que a NATO está a colocar em toda a logística para se produzir e fornecer mais munições às forças ucranianas.
Conjugando todas as estrelas, datas, sinais, e viagens programadas, presume-se que Biden poderá arriscar essa caminhada até Kiev. Nunca será reportada ao vivo, durará poucas horas, e é suposto que os americanos usarão todos os canais secretos, e discretos, para avisar Moscovo, seriamente, que não querem nenhuma confusão num determinado período.
Tudo isto é conjeturar, prognosticar e pressupor, mas há um dado que não faz nenhum sentido, nem tem uma explicação aceitável: a que título é que Biden vai agora à Polónia? É só para se passear?
MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR
+ O que vale Mariana Mortágua?
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.