O Presidente Marcelo descreveu bem o critério do primeiro-ministro para remodelar o Governo: «fazer com a prata da casa para não mexer naquilo que existia». Se correr mal, o PR prometeu tirar conclusões. António Costa foi rápido na escolha, e não perdeu tempo com novas caras.
João Galamba substitui Pedro Nuno Santos, na hiper pasta das Infraestruturas, agora sem Habitação, e traz com ele a mesma truculência do ex-ministro. É litigante, combativo e lutador. Galamba não se deixará atemorizar com a grandeza das decisões que tem de tomar, na TAP, aeroportos e ferrovia, e é reconhecida a sua capacidade executiva. Vai ser um osso duro de roer, do ponto de vista político.
Marina Gonçalves é uma jovem desconhecida. Mais ou menos. Se a Habitação era uma das fraquezas de Pedro Nuno, então não se percebe a escolha do PM. Passa a ministra, e vai ter de mostrar resultados rapidamente. Um Governo renovado geracionalmente é de louvar – as gerações dos 30 e 40 anos têm de agarrar o Poder, em todos as áreas – mas ser ministra aos 34 anos é inédito. Nasceu uma estrela política, ou é apenas um asteroide?
Evitando leituras erradas, ou intenções não ponderadas, esta remodelação tem um sabor interessante e curioso: as Infraestruturas e a Habitação mantêm a presença invisível de Pedro Nuno Santos, sem nenhuma maldade para o próprio, nem para os sucessores. Foi António Costa que decidiu assim.
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