Não sabemos bem se somos nós, desabituados das grandes multidões dos festivais, mas a verdade é que nesta quinta, 9, o Parque da Cidade do Porto parecia pequeno para tanta gente que marcou presença no primeiro dia do NOS Primavera Sound. A organização do festival tinha anunciado que esperava 35 mil espectadores por dia, maioritariamente estrangeiros, tendo em conta que os passes gerais estavam esgotados, bem como os bilhetes diários para quinta e sábado. Um número superior à última edição do festival, em 2019, que somou 25 mil pessoas por dia, e que ajuda a explicar a enchente.
Com o público a entrar no recinto por uma nova entrada, alteração obrigatória dada a conclusão da ligação do Parque da Cidade ao mar, o NOS Primavera Sound arrancou às 16h30, no Palco Cupra, com os rockers psicadélicos andaluzes Derby Motoreta’s Burrito Kachimba. Aqueles que foram acompanhando o festival ao longo das suas oito edições anteriores não notaram, além da nova entrada, grandes alterações, com os cinco palcos a ocuparem (mais ou menos) os mesmos lugares de sempre.
Numa noite quente – não é exagero, tendo em conta as temperaturas habituais no Porto -, as atenções estavam voltadas para Nick Cave, não só pelas boas memórias que deixou nas suas duas passagens anteriores pelo festival, mas também pelo contexto deste regresso, um mês após a morte do seu filho mais velho. E, mais uma vez, o músico australiano de 64 anos e os seus Bad Seeds cometeram a proeza de oferecer um grande espetáculo ao longo de duas horas.
Partilhando com Nick Cave o lugar de destaque no cartaz deste primeiro dia, os Tame Impala apostaram na luz e no som para mostrar que a sua pop psicadélica já é para as massas.
O NOS Primavera Sound estende-se até sábado, 11, no Parque da Cidade.