Faltava um evento num grande palco para celebrar a nova música lusófona que já há alguns anos passou a ser uma espécie de banda sonora de Lisboa. “A cidade tornou-se a capital mundial da música cantada em português, e começa a haver cada vez mais um sentido de pertença a essa cultura, que junta fado, samba ou morna; com isso, acabou por se criar algo completamente novo”, disse à VISÃO o músico brasileiro Pierre Aderne, um dos pioneiros, com o projeto Rua das Pretas iniciado há cerca de dez anos, deste encontro de músicos lusófonos de diferentes latitudes. Como seria de esperar, também ele estará presente no alinhamento desta primeira edição do Nossa Lisboa, festival feito de artistas residentes na Grande Lisboa e que se prolongará por duas noites, com 18 concertos distribuídos por três palcos.
O cartaz é o espelho desta realidade multicultural que, não sendo novidade em Lisboa, só há alguns anos começou a ser assumida como parte indissociável da identidade lisboeta. É isso que se celebra, ao som de ritmos tão diferentes mas com tanto em comum, como o fado, as mornas e as coladeiras, o funaná, a kizomba e a semba, a marrabenta, o samba e a nova MPB. Na primeira noite, esta sexta, 10, atuam o angolano Paulo Flores, a cabo-verdiana Mayra Andrade e os são-tomenses Calema, no palco principal do Meo Arena; o angolano Bonga, o brasileiro Luca Argel e o também angolano Toty Sa’Med, na Sala Tejo; e, ainda, o projeto Rua das Pretas, bem como a luso-angolana Cubita e a portuguesa IRMA, no Palco Ermelinda Freitas, situado no exterior, na escadaria do pavilhão.
Já no sábado, 11, o estatuto de cabeça de cartaz é dividido entre Ana Moura e os cabo-verdianos Nelson Freitas e Nancy Vieira, todos no palco principal; destaque, na Sala Tejo, para o português de origem são–tomense, Valete, a moçambicana Selma Uamusse e o português Ivandro; nas escadarias, tocam os irmãos portugueses de origem cabo-verdiana, Soraia Ramos e Lisandro Cuxi, a luso-brasileira Blacci e o angolano Edgar Domingos. O acesso ao festival, sempre com lugares sentados (e, na sala principal, marcados), depende da apresentação de um teste negativo ou do certificado de vacinação.
Nossa Lisboa > Altice Arena, R. dos Olivais, Parque das Nações, Lisboa > T. 21 891 8409 > 10-11 set, sex-sáb 19h > €25 a €30 (passe) > festivalnossalisboa.pt