Ficou conhecido como o “Woodstock português”, porém, em 1971, Vilar de Mouros foi muito mais do que uma mera sucessão de concertos com alguns nomes grandes do pop rock internacional (e não só), como Elton John ou Manfred Mann. Algo nunca visto, com cerca de 30 mil pessoas, incluindo muitos estrangeiros, a invadir a aldeia minhota para assistirem a um dos primeiros festivais de rock a ter lugar na Europa, como até a Imprensa internacional destacou na altura. O mentor de tão inusitado acontecimento foi um filho da terra, o médico António Barge, que por isso acabou por ser excomungado pela igreja, o que não o demoveu de, dez anos depois, voltar à carga, trazendo até ao Minho nomes como U2, The Stranglers, Echo and the Bunnymen, os novinhos GNR, bem como Duo Ouro Negro, Amália Rodrigues e Carlos Paredes. O festival regressaria entre 1996 e 2006, já sob moldes mais comerciais, e foi novamente ressuscitado em 2016, com uma filosofia que recupera o legado das primeiras edições, apostando num cartaz (mais ou menos) revivalista, mas sem cair na armadilha fácil do saudosismo. Como aliás se comprova este ano, naquele que porventura será o alinhamento mais coeso desta nova vida de Vilar de Mouros.
Na primeira noite, nesta quinta, 22, atuam Tape Junk, The Wedding Present, Anna Calvi, Therapy?, Manic Street Preachers e The Cult. Na sexta, 23, sobem ao palco Clan of Xymox, The House of Love, Nitzer Ebb, The Sisters of Mercy, Skunk Anansie e The Offspring, enquanto sábado, 24, fica marcado pela estreia em Portugal dos Prophets of Rage, um supergrupo norte-americano, formado em 2016 por membros dos Rage Against the Machine, Public Enemy e Cypress Hill. Neste último dia, sobem também ao palco os portugueses Jarojupe e Linda Martini, os britânicos Gang of Four e Fischer-Z, e ainda os Gogol Bordello, a quem caberá encerrar mais uma edição de Vilar de Mouros, para mais tarde recordar.
Festival Vilar de Mouros > Vilar de Mouros, Caminha > 22-24 ago, qui-sáb 19h > €35 a €70 (passe)