Filho de emigrantes arménios, Charles Aznavour foi, um dia, chamado de “Frank Sinatra Francês”. O decano da chanson française, um género musical que ajudou a popularizar mundo fora, deu-se a conhecer ainda no início dos anos 50 do século XX, como um dos protegidos da diva Edith Piaff. Hoje, citado como influência e referência de nomes tão diversos como Bryan Ferry, Elton John, Frank Sinatra, Dean Martin, Sting, Marc Almond ou Bob Dylan, Charles Aznavour foi um dos poucos cantores do pós-guerra a escrever as próprias canções. Gravou mais de mil temas em oito idiomas diferentes e vendeu mais de 180 milhões de discos, ostentando ainda o feito de ter sido o primeiro francês a atingir o primeiro lugar da tabela de vendas britânica, em 1974, com a versão inglesa de Tous Les Visages Du Monde, rebatizada de She – mais recentemente também popularizada por Elvis Costello, que a interpretou para a banda-sonora do filme Notting Hill.
Aos 92 anos, Charles Aznavour mantém intacta a voz de tenor que o tornou num dos grandes nomes da música do século XX e também por isso recusa-se a deixar os palcos e a música. Ainda no ano passado editou o disco Encores, um trabalho no qual homenageia Edith Piaff e Nina Simone, que certamente será recordado neste regresso a Lisboa, tal como alguns dos seus temas mais conhecidos, como She, La Bohème ou Ave Maria.
Músico, ator, ativista e diplomata, assumiu, entre outros cargos, os de embaixador geral de França para a Arménia, embaixador da Arménia na Suíça, delegado permanente da Arménia nas Nações Unidas e presidente da organização não governamental Aznavour For Arménia, criada em 1988, aquando do terramoto que em 1988 arrasou o seu país de origem. Foi, no entanto, a cantar que conseguiu o estatuto de “lenda” ou “divindade”, dois dos epítetos habitualmente usados quando alguém se refere a Charles Aznavour.
Charles Aznavour > Meo Arena > Rossio dos Olivais, Lisboa > T. 21 891 8409 > 10 dez, sáb 21h30 > €38 a €100