Questionar, questionar sempre. É o que as personagens de Claire Danes fazem de melhor, seja a carismática Carrie Mathison, a agente bipolar da CIA que, durante oito temporadas e 96 episódios, acompanhámos em Homeland – Segurança Nacional, seja agora em A Serpente de Essex, uma minissérie de seis episódios, baseada no livro homónimo de Sarah Perry, premiado, em 2016, com o British Book Awards, Book of the Year e Waterstones Book of the Year.
Numa personagem de época, Claire Danes interpreta Cora Seaborne, uma recém-viúva libertada de um marido violento, que, obcecada por paleontologia, advoga que todos devem seguir as suas paixões. Em 1893, numa “aproximação ao século XX, um tempo de mudança”, Cora muda-se com o filho pequeno da Londres vitoriana para o campo de Essex, vila onde foi avistada uma serpente marinha, criatura mitológica que Cora acredita ser um animal que pode ter sobrevivido à extinção.
Entre o ceticismo do reverendo William Ransome (Tom Hiddleston) e a crença de Cora, há uma população assustada que a acusa de atrair a besta – um mito que vai ganhando força.
Sempre com explicações racionais, fundamentadas na consulta de livros e no conhecimento científico, Cora opta por acreditar na serpente que várias pessoas dizem ter visto e não num deus invisível. Mas, entre os locais, há quem lhe responda que, se não acredita em Deus, também não pode acreditar no Diabo.
É numa paisagem britânica, repleta de nevoeiro, sombria, escura, fria e misteriosa que Cora e William trocam impressões, em longas caminhadas. Para Cora, estas criaturas são a ligação ao passado, ao que pode ter existido antes. Mas William questiona: como é que um fóssil morto pode provar que já existiu vida? Cora não sabe, mas interroga-se – com o mesmo olhar curioso e seguro que tinha a sua apaixonada Julieta, em 1996, no filme Romeu e Julieta, de Baz Luhrmann.
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A Serpente de Essex > Apple TV+ > Estreou 13 mai, sex (dois episódios) > 6 episódios