Qual é o festejo académico em que a juventude já acelerada não delira ao som de Quim Barreiros? Ou o casamento em que todos os convidados só se levantam com o Apita o Comboio? A popularidade da chamada “música pimba” é transversal a todas as idades e estratos sociais. Veja-se o fair play da socialite Lili Caneças, há quatro anos, ao participar no teledisco Calhambeque, a versão do trio Dois Brancos & Um Preto de várias músicas portuguesas. “A minha garagem não é para qualquer um, é VIP”, brinca Lili Caneças na série documental que se estreia na RTP1.
A ideia original de O Pimba É Nosso, com três episódios de 45 minutos cada, pertence a Diana Nunes, habituada a avaliar novos projetos na Panavídeo, a mesma produtora que assina a série documental A Arte Elétrica em Portugal, sobre a história do rock, já transmitida na RTP1. Desta vez, a premissa é perceber qual a necessidade de rotular uma variante da música popular portuguesa, que vai buscar inspiração, por exemplo, à chula. “O que é um cantor romântico ou um cantor pimba? Só porque faz trocadilhos nas letras e é mais jocoso é pimba?”, questiona Sara Cortez, produtora da série.
Ajudam a compreender os testemunhos, na primeira pessoa, de Carlos Ribeiro (apresentador do Made In Portugal, em 1995); de Herman José, com a sua Canção do Beijinho; de Bruno Raposo, mentor do Portal Pimba; do maestro Victorino d’Almeida; do pianista de jazz Mário Laginha; do letrista Ricardo Landum; de Tozé Brito, responsável pela girl band Doce; e de Celina da Piedade, numa ligação à música popular portuguesa.
Por ter sido gravado durante época de confinamento, veremos atuações inéditas, sem público, de Ágata, Augusto Canário, Emanuel, José Malhoa, Marante, Quim Barreiros, Rosinha e Toy. Não são versões acústicas, mas alguns duetos improváveis, em géneros musicais diferentes. Inovador, no mínimo.
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O Pimba é Nosso > Estreia 30 out, sáb 23h > RTP1