A designer Célia Esteves, fundadora da GUR, já perdeu a conta ao número de trabalhos que foi recebendo, nos últimos anos, no atelier, daí ter a intenção em abrir a marca portuguesa de tapetes à colaboração de todos, sejam eles artistas, designers, ilustradores ou não. A intenção acabou por ir sendo adiada, mas agora, que “estamos todos fechados em casa”, diz, “é a oportunidade” para concretizar essa ideia.
Acabou por lhe dar a forma de um concurso, para “sacudir as ideias”, e, inspirada por num tema da banda Talking Heads, chamou-lhe muito a propósito #homemustbetheplace. Aos participantes pede-se que olhem à volta, entre a sala e a varanda, a cozinha e a janela, observem os objetos de todos os dias e desenhem. “É um olhar sobre a casa ou através dela”, sublinha Célia Esteves. Os desenhos, que serão depois transformados em tapete, querem-se simples e criativos.
Para participar, basta partilhar um máximo de cinco desenhos, até esta quarta, 15, no Instagram (stories e perfil), com as hastags #homemustbetheplace e #GURcompetition, identificando a conta @rugbygur.
As propostas serão depois avaliadas por Célia Esteves, pelo designer francês Sam Baron e por Júlio Dolbeth, artista e professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. “Ambos já trabalharam comigo noutras ocasiões, conhecem bem a técnica, as limitações do tear e a estética da marca”, explica a designer. Além de integrarem o portfólio da marca, os vencedores, que serão conhecidos a 20 de abril, vão receber um tapete e 100 euros pelos direitos do desenho.
A GUR é uma marca portuense de tapetes feitos em tear manual, que alia desenhos de ilustradores e artistas urbanos à arte de entrelaçar fios. André da Loba, Joana Estrela, Nicolau, Mariana Malhão, João Sobral, Margo, Catarina Carreiras, Daniela Mesina e Mantraste são alguns dos nomes que constam na coleção. Com uma abordagem atual aos tradicionais tapetes de trapo (feitos com excedentes de fábricas têxteis), quase sempre coloridos e com um toque divertido, os GUR são verdadeiras peças de arte. Daí ser mais comum vê-los na parede que no chão. Em breve, a marca vai lançar uma nova coleção de tapetes de grande formato, em fio de algodão, mais macio e leve.