Na Praça de Camões, também conhecida como Praça Velha, visita-se o Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, um dos ícones mais representativos da cidade, onde antigamente era comum a cultura do linho e as amoreiras cresciam naturalmente, permitindo a criação do bicho-da-seda em grande escala. Ao longo de várias salas, o percurso revela os diferentes processos, desde a sementeira do linho e tecelagem à evolução do bordado e da sua técnica (pontos), não esquecendo o enquadramento histórico. Já perto da saída do edifício, que também funcionou como cadeia e, mais recentemente, como biblioteca municipal, fica a Oficina do Bordado de Castelo Branco.
É nesta sala/atelier que Rosa Gonçalves, 60 anos, uma das seis bordadeiras, trabalha diariamente com afinco. Dedica-se ao ofício há cerca de cinco décadas, depois de ter terminado a antiga quarta classe, conta Rosa, entre pequenas pausas, frente ao painel (com 85 cm de altura por 1,30 de largura) que está a fazer. “Aqui o cliente escolhe o desenho, as cores e o tamanho da peça que quer bordada”, explica, reconhecendo ser um trabalho difícil de aprender. “Faço isto há 50 anos, aprendi que há diversos pontos com que podemos jogar para embelezar o bordado de Castelo Branco.” Já em jeito de despedida, desafia: “Estamos à espera de que venha alguém jovem que queira prosseguir com esta arte.”
Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco > Pç. Camões, Castelo Branco > T. 272 323 402 > ter-dom 10h-13h, 14h-18h > €1,50