Apela ao uso dos sentidos, este AURA Festival que até domingo, 13, decorre em Sintra, para revelar o património e outros encantos desta vila povoada de histórias ligadas ao imaginário sobrenatural e ao misticismo. Inspirada pelo tema Atmosferas Luminosas, a terceira edição monta um circuito, para fazer a pé, pontuado de instalações e performances centradas na luz, que proporcionam ora momentos mais contemplativos e imersivos – como é o caso da Aurora Boreal, de André Almeida e Guilherme Martins, que veste o Miradouro da Correnteza de neblinas, espetros e géisers de luz – ora momentos de maior interatividade, em que a obra ganha vida através da participação dos visitantes – assim será Dancing House, de Klaus Obermaier, no Palácio Nacional de Sintra, que convida o público a dançar, e EGO, também do coreógrafo e compositor austríaco, no foyer do MU.SA, o Museu de Artes que é ponto de partida do percurso, em que as imagens são produzidas pelos movimentos do espectador.
Tal como nas edições anteriores, o AURA volta a envolver moradores, instituições, associações e comércio local. “Não nos interessa fazer um festival que não tenha a participação das pessoas”, diz a diretora artística Patrícia Freire. A instalação You Are Here… Elsewhere, na Biblioteca Municipal, resulta de uma residência do francês Matthieu Tercieux com jovens do concelho, por exemplo, enquanto Um Sonho de Jardim, no Museu Ferreira de Castro, é fruto de um workshop de reciclagem que decorreu na Universidade da Terceira Idade de Sintra. Criada com globos, luminárias e mangueiras recicladas, entre outros materiais, foi também a performance que todas as noites, às 22 horas, acontece na Volta do Duche. Luzes da Nascente, assim se chama o trabalho do francês Jean-Marc Dercle, olha para a sustentabilidade dos recursos hídricos.
Entre os 20 artistas participantes, de cinco nacionalidades (Portugal, Áustria, França, Espanha e Alemanha), está a dupla Oskar & Gaspar, irmãos gémeos portugueses, criados em Singapura, que cultivam o anonimato. Desenharam Reflection, um espetáculo de luz, imagem e 3D sobre as esculturas do Patamar dos Deuses e a Gruta do Labirinto da Quinta da Regaleira, onde termina o percurso. E que dá toda uma nova perspetiva àquele que é dos monumentos mais emblemáticos da vila romântica.
O programa inclui ainda o concerto Mandalas de Som na Sociedade União Sintrense (sex-sáb 22h), e o espaço Con-Ciência: Tudo Começa com o Consomes, dedicado à sustentabilidade energética, no número 32 do Largo Afonso de Albuquerque.
AURA Festival > Do MU.SA – Museu de Artes de Sintra à Quinta da Regaleira > 10-13 ago, qui-dom 21h-24h > grátis