Primeira antologia poética do autor, Publicação da Mortalidade (Assírio & Alvim, 200 pág., €18,80) é um ato de jardinagem delicado, colhendo poemas escritos nos últimos 18 anos. Valter Hugo Mãe sempre foi um poeta prolífico, tendo 14 livros publicados, muitos deles antes da sua transformação em romancista celebrado. Tal como a ficção, esta poesia tem vocabulário próprio, sempre atravessado por afetos, memórias, desconfortos do corpo, linguagem profana. Nesta antologia (com belíssima capa barroca) estão a juventude, as (des)ilusões amorosas, os poetas e a música, o desejo de ter filhos, a morte do pai, o corpo a descair… Leia–se, em Pornografia Erudita: “preparei uma festa no coração/ as veias penduradas como/ gambiarras corpo fora/ pedi que viesses esperei que viesses/ mas a alegria que inventei era só um/ modo de ir embora”.
Dezoito anos de poemas
Joao Lima
O lado mais lírico da Valter Hugo Mãe contamina todos os seus romances. Aqui, encontra-se só mesmo no formato de poemas
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