Do tupi araticum-paná (significa “fruta mole”), o araticum-do-brejo cresce espontâneo nas áreas costeiras da Amazónia. É considerado um poderoso anti-inflamatório, o seu tronco é utilizado na confeção de tecidos e os seus frutos usados para fazer sumos. Diante de nós, numa mesa posta a preceito, os pratos, desenhados à mão, da nova coleção da Vista Alegre, estão cheios de pormenores com significado: a ema, a maior espécie de ave no Brasil, figura também no brasão de armas da família Pinto Basto, fundadora da marca portuguesa; o tucano-de-papo-branco, cujo canto é um dos mais audíveis na floresta amazónica, e a “canoinha”, talismã de proteção e de prosperidade, utilizada em adornos e na decoração. A fauna e a flora da maior floresta tropical – berço de metade da biodiversidade do planeta, que solta 20% do oxigénio que respiramos e onde está 20% da água doce mundial – inspiraram uma coleção que junta, pela primeira vez, as três marcas do grupo: Vista Alegre, Bordallo Pinheiro e Casa Alegre. São mais de 70 peças, que incluem serviços de jantar, chá e café, objetos de decoração e iluminação, em porcelana, cristal, faiança e grés (a partir de €11).
Para contar a história da coleção, é preciso falar da Ecoarts, associação sem fins lucrativos, fundada, em 2008, pelas gémeas Marta e Márcia Martins, no Mato Grosso, e que cria peças de joalharia e de decoração de luxo a partir de sementes, folhas e restos de madeiras. “A minha mãe começou a trabalhar com as mulheres da nossa fazenda, para identificar e coletar várias espécies. Hoje, trabalhamos com coletores, porque é uma fonte de rendimento para essas pessoas, e compramos sementes aos índios kayapó”, conta Marta. A defesa da floresta amazónica está na génese da Ecoarts. E foi na sequência desse trabalho que Marta e Márcia se candidataram a uma residência artística na Vista Alegre, aceite, “cinco horas depois”, por Alda Tomás, coordenadora da equipa de design.
Às criações da Ecoarts juntam-se, ainda, mapas e desenhos de plantas e de animais de grande beleza, do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira. Foram recuperados de Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá, relato da expedição científica que o português realizou, no século XVIII, ao interior da floresta amazónica, por ordem de D. Maria I. Uma viagem no tempo, a cruzar passado e presente.
Coleção Amazónia > À venda nas lojas Vista Alegre em todo o País, nas lojas Bordallo Pinheiro, em Lisboa, Caldas da Rainha, Viseu e Braga e nos sites www.vistalegre.com e www.bordallopinheiro.com