LISBOA
1. Dr. Bernard Boa Vida
As cores vibrantes aguçam a curiosidade e fazem abrandar o passo para se ir espreitar o número 119 da Rua do Poço dos Negros, em Lisboa. Ali, no novo Dr. Bernard Boa Vida (irmão mais novo do restaurante da Costa da Caparica), sobressai, ainda, uma bola de espelhos, mas é a ementa assinada pela chefe de cozinha Leonor Godinho (estava na Musa da Bica e pertence ao coletivo de chefes New Kids on The Block) que nos faz querer voltar. As surpresas começam logo no couvert que traz à mesa chips de couve, grão frito com especiarias e pâté de fígado de frango, entre outras sugestões. Seguem-se o lírio curado com romã, pastinaca e mizuna (€8) e a abóbora, gnocchi, burrata, ácer, salva e toucinho de porco preto (€10), duas sugestões que se podem acompanhar com vinhos naturais. “A ideia é usar bons produtos, respeitando a sazonalidade, e fazer pratos de que eu gosto”, resume Leonor Godinho, que se inspira desde as receitas da avó às viagens que já fez. R. do Poço dos Negros, 119, Lisboa > T. 92 745 6326 > seg-qui 11h30-24h, sex-sáb 11h30-1h
2. Rocco
Quando se entra no Rocco, aberto no início de dezembro passado, no piso térreo do hotel The Ivens, no Chiado, não se fica indiferente à sua decoração extravagante, criada pelo designer de interiores catalão Lázaro Rosa-Violán (também responsável pela decoração do JNcQuoi). Ali, podemos beber um copo ao balcão do Gastrobar, com uma garrafeira invejável; saborear uma das propostas de marisco no Crudo Bar ou almoçar e jantar no Ristorante, com terraço, que aposta nos sabores de Itália, do mar e da cozinha portuguesa. Vale a pena experimentar o ossobuco com risoto de açafrão (€36), entre outras sugestões, como o risoto al funghi, com azeite de trufa branca (€24), ou o bife à Café Marrare (€30). Hotel The Ivens, R. Ivens, 14, Lisboa > T. 21 054 3168 > Gastrobar: dom-qua 10h30-24h, qui-sáb até 1h; Crudo Bar: dom-qua 18h-24h, qui-sáb até 1h; restaurante: dom-qua 12h30–16h, 19h30-24h, qui-sáb até 1h
3. Carnal
O novo gastrobar mexicano de Lisboa é um projeto do chefe de cozinha Ljubomir Stanisic com vários dos seus cúmplices do 100 Maneiras. A ementa junta os sabores daquele país aos cocktails à base de tequila e mescal. O guacamole, cremoso e bem servido, não acaba antes dos totopos ou das pipocas feitas de pele de porco insuflada e frita (€7). O aguachile é uma entrada mais fresca, com pepino, coentros e camarão cru, puré de abacate e tostadas (€10,50). Nos tacos (€6,50 a €10), difícil é escolher entre camarão, com coleslaw, maionese de chipotle e cebola com lima, e o típico pastor. Tudo isto divide-se, guardando-se o apetite para o Canto de la Tierra (€18), prato de leitão que tem feito sucesso. R. da Misericórdia, 78, Lisboa > T. 91 346 3232 > seg-sex 18h-2h, sáb-dom 13h-2h
4. An Nam
No passado, a China referia-se ao Vietname como “An Nam”. “O nome já não existe oficialmente, apenas permanece na mente de pessoas mais velhas ou interessadas em História”, explica Hoàng Minh Trang que, com o marido, abriu há três meses o restaurante AnNam, em Lisboa. Na ementa, baseada na autêntica comida de rua vietnamita, com sugestões a preços acessíveis, destaca-se a pho (sopa) de carne de vaca (€10,90) e de frango (€8,90). Também o bo bun (€8,50, carne de vaca frita com massa de arroz e rolinhos primavera) está entre os best-sellers deste restaurante discreto e acolhedor. R. de Santa Marta, 2, Lisboa > T. 96 269 4741 > ter-dom 12h-15h, 19h-22h
5. Banzé Petiscaria
Na ementa do Banzé, aberto em dezembro, em Lisboa, contam-se 24 petiscos, na maioria inspirados nos clássicos do receituário português e ali trabalhados com ingredientes diferentes, para serem servidos, sem interrupção, das 12h à meia-noite. É o caso da bifana em pão lêvedo, preparada com porco preto grelhado e acompanhada de legumes avinagrados (€7,50). Já no prego do lombo, usa-se carne mertolenga certificada e maturada por 20 dias, servida no mesmo pão, com manteiga de ervas e mostarda de Dijon (€9). A par dos clássicos reinventados, há sugestões que mostram (igualmente) a originalidade de Bruno Rodrigues na cozinha (passou pelos restaurantes Tavares, Manifesto, Cais da Pedra e Bairro do Avillez). Tome nota: pica-pau do mar, com corvina braseada, creme de marisco e pickles de bivalves (€12), e “bitoque” de lavagante, com ovo a baixa temperatura e batata-palha (€15). Da ementa, constam ainda sugestões com mais substância (servem pratos principais) e opções vegetarianas. Aqui, são todos bem-vindos. R. Tomás Ribeiro, 41, Lisboa > T. 21 314 0134 > seg-dom 12h-24h
6. Kabuki
Há que ir com tempo ao novo Kabuki nas antigas Galerias Ritz, desde dezembro, com entrada pela Rua Castilho. Considerado um dos melhores restaurantes de cozinha de fusão em Espanha (em Madrid, tem uma Estrela Michelin), em Lisboa, o Kabuki divide-se por três áreas: um bar de cocktails, ostras e caviar; um restaurante, com 72 lugares, onde junta a comida japonesa e a mediterrânica; e, a partir de 14 de fevereiro, uma sala mais intimista para jantares com menus exclusivos – o primeiro será dedicado ao atum. À mesa, seja a saborear uma das sugestões à la carte seja o menu de degustação (€100/5 momentos, €135/7 momentos, sem bebidas), a ementa, pensada pelo chefe de cozinha espanhol Andrés Pereda, inclui pratos como carabineiro fatiado com molho de cabeça grelhada (€25), nigiri de ovo de codorniz estrelado com trufa (€6) ou nigiri de barriga de atum com molho mexicano al toro (€7). Galerias Ritz > R. Castilho, 77, Lisboa > T. 21 249 1683 > ter-qui 12h30-15h, 19h30-23h
7. Maria Food Hub
Paladares internacionais confecionados com produtos portugueses e disponíveis a qualquer hora do dia, eis os principais ingredientes desta casa, aberta por três amigos em Arroios, que ao longo do dia vai reforçando a ementa. De manhã e ao almoço, há saladas, tostas abertas e bowls; a meio do dia, por volta das 16h, entram os petiscos, como o pica-pau, para se saborear com um copo de vinho.
À noite, a lista ganha ainda mais consistência, com o polvowasabi com arroz de sushi (€11), hambúrguer de bacalhau em pão de espinafres e maionese de wasabi (€10) eo atum braseado (€13). Como querem ser um ponto deencontro naquele bairro, é nele que encontram algumas das suas parcerias: os Cafés Negrita, o pão da Micro Padaria, a pastelaria da Zukar e O Bolo da Marta. DJ sets e provas de vinhos, por exemplo, reforçam a vontade de ali ficar ou voltar. R. Maria Andrade, 38, Lisboa > T. 21 812 1281 > seg-dom 8h30-23h
PORTO
8. O Marmorista
Abriu no final de 2021, pelas mãos de Filipe Santos Teixeira, fundador do Plano B, bar-discoteca que esteve na génese da agitação das noites da Baixa do Porto. A ele, juntaram-se mais três sócios que veem a aposta nesta zona da Boavista, muito tranquila, como sendo “uma evolução natural”. N’O Marmorista oferece-se uma experiência completa, para quem queira prolongar a refeição. “Já não nos apetece andar à deriva, de bar em bar… Aqui, as pessoas podem partilhar uns pratos, beber uns cocktails, ouvir um DJ”, aponta Filipe. A cozinha é de inspiração mediterrânica, com um toque oriental. Há raviolis de ricotta e castanha com molho de boleto (€9), bife tártaro, molho kimchi e togarashi (€9), risotto de rabo de boi com pickles de cenoura (€18,50) e cevadinha de shitake (€13,50). A herança industrial do antigo marmorista, que ali funcionou durante décadas, foi preservada. Às paredes toscas, vigas de madeira do teto, moldes em gesso e muito mármore, a cobrir as mesas e a revestir as superfícies, acrescentaram-se néones e mobiliário vintage. R. da Meditação, 70, Porto > T. 22 118 2287 > seg-qua 12h-24h, qui-sáb 12h-2h
9. Cordoaria Honest Food N Wine
Quem olha para a fachada estreita do edifício, virada para o Jardim da Cordoaria, no Porto, tem reservada uma surpresa. Com duas salas amplas e acolhedoras, o restaurante beneficiou de obras de renovação, apostando-se numa decoração moderna que contrasta com a traça original. A ementa dá primazia aos produtos portugueses e sabores tradicionais: cabrito da serra da Estrela (€17,50), alheira de Vinhais com ovo a baixa temperatura (€6), polvo da nossa costa (€7), bacalhau fresco com migas alentejanas (€15) e vazia arouquesa (€19). Os vinhos constituem uma das grandes apostas, ultrapassando as mais de 100 referências de todo o País. Todos os meses, contam fazer jantares vínicos. Campo dos Mártires da Pátria, 51, Porto > T. 22 201 2452 > ter-qui 12h-15h30, 19h-22h30, sex-sáb 12h-15h30, 19h-23h30, dom 12h-16h
10. Estação
Os comboios já não circulam na antiga estação da Maia, os carris deram lugar a um caminho panorâmico e, no antigo edifício, há um restaurante que faz jus à memória. Depois de um incêndio em 2020, o novo Estação, aberto em dezembro, está decorado com os típicos azulejos azuis restaurados, e a História conta-se em objetos e fotografias a preto-e-branco. Influenciados por diferentes latitudes e pelos clássicos da culinária nacional, Joana Pereira e o marido, Hélder Silva, gizaram para este novo capítulo uma ementa, mais curta e sem pratos de partilha, da qual apetece provar de tudo, em particular a sopa de peixe (€6,50), o magret de pato com legumes salteados e molho de limoncello e maçã (€16), o bife Wellington (€22) ou os filetes de bacalhau com arroz de tomate (€14,50). Se a isto somarmos a decoração e a simpatia no atendimento, a viagem tem tudo para correr bem. R. da Estação, 2, Maia > T. 22 942 2469, 96 018 5904 > ter-sáb 12h-15h, 19h-30-23h, dom 12h-15h