Desde o momento em que subimos a escada que dá acesso ao novo JNcQUOI, umas portas mais abaixo da casa-mãe, também na avenida mais emblemática de Lisboa, percebemos que aqui não há complexos colonialistas. Aliás, assumem-se logo os Descobrimentos num mapa de azulejos Viúva Lamego, arrumado numa das paredes do bar. E a oferta gastronómica vai toda por aí, pelas pegadas que fomos deixando à medida que nos aventurámos pelo mundo, há mais de cinco séculos – da tempura (comemos a de camarão e estava ótima) às trouxas de ovos (que nos piscaram o olho na hora da despedida).
A experiência de Miguel Guedes de Sousa, CEO do grupo Amorim, de mais de dez anos a viver em terras asiáticas e a passear pelo Oriente, fez o resto. E o resto tem muito que se lhe diga. Se passarmos o bar, sem nos sentarmos a beber um saké ou um whisky japonês, vamos acabar no restaurante, que se desdobra em sala principal, com cozinha aberta, balcão de sushi bar e terraço (no total, o JNcQUOI Ásia tem lugar para 300 pessoas, espalhadas em 950 metros quadrados). Nada foi deixado ao acaso. A culpa é do arquiteto catalão Lázaro Rosa Violán, que deixou a sua marca mais visível num esqueleto de dragão, em talha dourada, que domina a sala principal, mas também do especialista em harmonização de espaços, Alberto Amura, que dispôs o mobiliário, escolheu os quadros e as plantas, de forma a que aqui só se sentisse uma energia positiva.
Quando chega a hora de decidirmos o que comer, há que ler com atenção as nove páginas de menu. Avisamos já que quem não dominar os termos da comida asiática vai ter de chamar muitas vezes os atenciosos empregados. Como tivemos a sorte de experimentar um pouco das quatro gastronomias que se exploram neste restaurante (tailandesa, chinesa, japonesa e indiana), podemos deslindar alguns segredos. Ficámos a saber que, para que tudo fosse genuíno, o chefe-executivo António Bóia andou pelo Oriente a aprender técnicas, que se rodeou de especialistas (Miguel Bértolo no sushi, por exemplo), que fez questão de ter um forno tandoori em profundidade (onde fazem o delicioso pão naan), uma robata (a grelha japonesa), três estações para wok e um forno só para assar o pato. Na enorme cozinha que está por baixo dos nossos pés, produz-se leite de coco, molho de soja e marinada de gengibre. Tudo pormenores que fazem desta experiência uma viagem quase real pelo Oriente.
JNcQUOI Ásia > Av. da Liberdade, 144, Lisboa > T. 21 051 3000 > restaurante: seg-dom 12h-24h > bar: seg-dom 12h-2h