
Uns recusam o vinho branco e dizem simplesmente que não gostam; outros evitam-no e apontam razões várias, que não fundamentam, como não fazer bem à saúde ou fazer menos bem do que o tinto. É respeitável a primeira atitude, mas não a segunda, que resulta de preconceitos, ou seja, de opiniões desfavoráveis sem base em factos concretos. Isto lembra, de resto, a frase atribuída a Eça de Queirós, “Como não há vinho, beba-se branco!”, mas erradamente atribuída, diga-se, porque o autor de A Cidade e As Serras até realça os brancos nas suas obras, como sucede, nesta, com o vinho de Tormes. Logo ele, que era conhecedor e bebia do fino, a deixar- -se levar pela cantiga de só considerar o vinho tinto. Era o que faltava.
Há, aqui, um problema de educação do gosto a que se associa outro, também vindo de longe: a tradição. Quis a Natureza, por força da geografia e do clima, que Portugal fosse mais apto para a produção de tintos. Os brancos gostam do frio que não temos, e os hábitos de consumo inclinaram-se, naturalmente, para os tintos. Porém, não deixa de haver potencial para a produção de brancos, e de grandes brancos, que sempre existiram em algumas bolsas de diferentes regiões do País. É público e notório o aumento considerável da produção e a subida ainda mais acentuada da qualidade dos nossos brancos. Provavelmente, nunca houve tantos no mercado nem tão bons, sejam leves e frescos, como os que o verão pede, sejam encorpados e calorosos, daqueles que o inverno deseja. Para dessedentar e acompanhar a conversa, ou para a mesa e emparelhar com a comida – é só escolher.
Azevedo Loureiro e Alvarinho Vinho Verde
2017
Predomina a casta Loureiro, neste vinho de cor citrina-esverdeada, aroma intenso floral e frutado com notas insinuantes, quer de flor de laranjeira quer de lima e de outros citrinos maduros. Paladar com acidez bem presente que lhe dá enorme frescura. €4,49
Quinta de Camarate Branco Seco
2017
Um clássico, atualmente feito de uvas das castas Alvarinho (75%) e Verdelho (25%). Apresenta aspeto brilhante, cor amarela-esverdeada, aroma floral e frutado, com notas tropicais e um toque mineral. Paladar também com a fruta e a mineralidade a mostrarem-se, com muito boa acidez e final suave. €6,99
Olho de Mocho Vinho Branco Reserva
2017
Feito de uvas da casta Antão Vaz, criadas em terras da Vidigueira, tem cor citrina, aroma intenso com acentuada mineralidade. Paladar cheio, com a excelente acidez que lhe dá grande frescura, final elegante. €15