Haverá lugar a nostalgias, descobertas e desafios. O Festival Internacional de Marionetas do Porto tanto servirá de palco aos tradicionais bonecos de Santo Aleixo, propriedade do Centro Dramático de Évora, como a estreias do Teatro de Ferro e da Circolando, marcadas pela contemporaneidade.
“É um festival de progressos e de regressos”, diz Igor Gandra, o diretor artístico. “Procuramos apresentar projetos em que a marioneta funcione como campo de síntese entre o popular e o contemporâneo.” Certamente especial será o regresso de Capuchinho Vermelho XXX, do Teatro de Marionetas do Porto, a versão hard core do conto infantil, criado e interpretado em 1989 por João Paulo Seara Cardoso, recentemente desaparecido. “É um espetáculo completamente atual, que tínhamos vontade de partilhar “, conta Isabel Barros, a atual diretora da companhia.
Entre as parcerias, destaque para a alcançada com o programa Manobras no Porto, que dará lugar a duas novas criações: Sombras da Rua de Trás, com jogos de luz e sombras e imagens manipuladas a invadir o espaço público; e o Baile dos Corpos Extraordinários, com originais cabeçudos e gigantones em dança frenética. “Este é um festival com produção própria, uma experiência francamente arriscada porque requer outro tipo de mecanismos que não os do mero acolhimento. Decidimos correr o risco, porque interessa-nos que sejam lançadas sementes para novos projetos”, defende Igor.
A participação internacional é integralmente francesa. Jeanne Mordoj traz um “perturbador e divertido” Eloge du Poil, protagonizado por uma mulher barbada, “exímia praticante de artes circenses” e não só. A Companhia Retouramont regressa ao FIMP com Cette Immense Intimité, um espetáculo de dança vertical que ocupará o terraço da estação de metro da Trindade. Por último, Showroomdummies, uma criação de Gisèle Vienne e Etienne Bideau Rey, com um elenco de excelência, a selar a parceria com Guimarães Capital Europeia da Cultura, será apresentado no Centro Cultural Vila Flor.
Como tem sido habitual, o festival apresentará trabalhos em processo de criação os WIP ou work in progress permitindo um convívio mais próximo com os artistas e a descoberta dos processos criativos. E também continuará os WOP (workshops), convidando profissionais e o público em geral a meterem as mãos na massa.
FIMP 2011 – FESTIVAL INTERNACIONAL DE MARIONETAS DO PORTO
16-25 Set