Fazer exercício físico é importante para a saúde e bem estar. Até aqui não há nenhuma novidade.
“É fundamental. Já indicava Hipócrates, o pai da medicina, que para uma pessoa ser saudável não basta fazer uma alimentação correta, tem também de fazer exercício”, referiu António Labisa Palmeira, professor do Centro de Investigação em Desporto, Educação Física, Exercício e Saúde, da Universidade Lusófona, durante mais uma Conversa com Saúde.
Não apenas a nível fisiológico, mas também “na componente social e mental”, notou. Ao “pormos em carga o nosso sistema (corpo r cabeça) ele evolui”.
Até porque, explicou o professor, o nosso corpo está preparado para responder positivamente ao movimento. “Quando nos movimentamos o corpo e cabeça ficam contente. Se esse sistema não for utilizado vamos ficando com menos força, menor capacidade de responder a esforços continuados e menos contentes com a vida, não interagimos tanto com outras pessoas.”
Qualquer movimento que façamos é útil para sermos mais saudáveis, não temos todos de andar a fazer maratonas ou sprints. “O combate à inatividade física, que muitas vezes se chama de sedentarismo, pode ser feito mesmo com doses muitos pequenas de exercício. Tudo o que se fizer vai ter efeito [benéfico].”
Há quem goste mais de fazer exercício ao ar livre e quem goste mais de ginásio. O importante, disse, é que essa foi a “escolha da pessoa”. A “vontade intrínseca” é o mais importante. “Se a pessoa for obrigada, seja para fazer na rua, apesar de gostar mais de indoor ou vice-versa, aí o efeito é prejudicial”.
António Palmeira frisou que não há uma receita única, as pessoas devem “encontrando formas” de gostar daquilo que fazem, sendo que a “motivação é fundamental e deve ser encontrada por nós”.
A obrigação é prejudicial. “Se um médico mandar alguém fazer caminhadas junto ao mar e essa pessoa não gostar de estar perto do mar será melhor fazer numa passadeira em casa para se sentir mais segura”. Porque o mais importante é começar. Nem que sejam “sejam só dois minutos por dia”.
A Organização Mundial de Saúde recomenda, aos adultos, 150 minutos de atividade física por semana. Mas lembre-se que não tem de fazer tudo de seguida e, principalmente, tudo igual.
“Esses 150 minutos podem ser atingidos progressivamente, com progresso”, explicou. Esta semana, por exemplo, pode fazer 20 minutos, para a semana 30 e depois 40. Daqui a pouco tempo estará a fazer 150 minutos. E não deve fazer só corrida ou caminhada ou natação. A diversidade é importante, assim como é “fundamental fazer treino de força”.
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