A quantidade de ruído à nossa volta, o envelhecimento da população e, no caso dos mais jovens, o uso recorrente dos “headphones e das músicas muito altas” faz com que haja mais pessoas a ouvir menos.
No caso dos headphones, se estes “forem usados de foram correta”, ou seja, não ultrapassando aquela “linha vermelha” que muitos aparelhos já têm mais ou menos nos 60 décibeis, não haverá problema, nota João Paço. “Só que infelizmente”, continua, “há muitas pessoas que põe o nível de som altíssimo, quer nos headphones, quer nos automóveis”. A consequência, explica, pode ser uma lesão no nervo auditivo, sendo que este tipo de traumatismo é irreversível.
O médico já consultou adolescentes com estas lesões no ouvido interno que “só deveriam aparecer por volta dos 70 anos de idade”, esclarece, que é, de forma natural, “quando a nossa audição começa a cair”.
No entanto, há outro tipo de fatores que podem provocar perda de audição, como, por exemplo, trabalhar muito anos num ambiente ruidoso, provocando “um trauma sonoro” e, consequentemente, “uma surdez profissional”, os fatores hereditários e, também, outras doenças que causam perdas auditivas, como determinados tipos meningite.
No caso das próteses, o especialista diz que quando a “perda é ligeira, normalmente não há necessidade de aparelho auditivo”. Quando a perda já é de cerca de 50% já será necessário pensar no assunto, depois de realizar os exames (audiograma tonal e audiograma vocal), pois nessa altura é quando a conversação começa a ficar mais complicada para quem está a perder a audição.
“Não se deve hesitar em pôr um aparelho auditivo. Nós não ouvimos no ouvido, este não é mais do que um mero recetor que recebe o som, encripta-o e a mensagem sonora vai para o cérebro através do nervo auditivo. É o cérebro que recebe a mensagem sonora e a interpreta. Quanto mais se atrasar a colocação da prótese auditiva, mais velho está o cérebro e mais dificuldade terá de adaptação.”
As “próteses devem ser postas em locais profissionais” com técnicos especializados, vinca. No caso de já não ser possível recorrer ao aparelho, quando o grau de surdez é muito grande, pode ser posto um implante coclear através de cirurgia. Estes implantes podem ser colocados tanto na idade mais avançada como em crianças.
Os amplificadores de som, que muitas vezes são anunciados na televisão, “não são recomendáveis”, aliás, como apenas amplificam o som “podem, até, ser traumáticos para o ouvido interno”.
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