A bronquiolite é uma inflamação aguda dos bronquíolos que afeta bebés e crianças até aos 2 anos de idade, sobretudo no outono e inverno. Segundo o último relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) notou-se que se mantém “a tendência crescente no número de internamentos por infeção por VSR”, fazendo com que as urgências hospitalares de pediatria tenham mais afluência do que o habitual, uma vez que o vírus começou a circular um mês mais cedo.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu permissão para que na União Europeia se comercialize o fármaco Beyfortus – utilizado para a prevenção da doença do trato respiratório causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR), que causa a maior parte das bronquiolites.
O nirsevimab, a substância ativa do novo medicamento, é um anticorpo monoclonal antiviral (um tipo de proteína) que foi criado para se ligar à proteína F de que o VSR necessita para infetar o organismo. Quando o nirsevimab se liga a esta proteína, o vírus torna-se incapaz de entrar nas células do corpo. Isso ajuda a prevenir a infeções por RSV.
Este novo medicamento é uma boa notícia porque, pelo menos em Portugal, segundo a Direção-Geral da Saúde, até agora só existia um medicamento “que é usado na prevenção de doença provocada por vírus sincicial respiratório em bebés muito prematuros (nascidos com idade gestacional inferior a 28-32 semanas) ou com doenças crónicas”.
“O VSR é um vírus respiratório comum que geralmente causa sintomas leves semelhantes aos da constipação. A maioria das pessoas recupera depois de uma a duas semanas, mas o VSR pode ser grave, especialmente em bebés”, lê-se na nota da Agência. “É a causa mais comum de infeções do trato respiratório inferior, como bronquiolite (inflamação das pequenas vias aéreas dos pulmões) e pneumonia (infecção dos pulmões) que podem levar à hospitalização ou até à morte de recém-nascidos e lactentes”.
Em 2015, segundo a EMA, o VSR causou cerca de 33 milhões de infeções do trato respiratório inferior em crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Apesar da diminuição do número de infeções por VSR durante a pandemia, em 2020 e 2021, espera-se “um ressurgimento de infeções após a flexibilização das medidas de mitigação da Covid-19”.