Segundo um novo estudo do National Institutes of Health, dos Estados Unidos da América, o uso frequente de produtos de alisamento capilar pode duplicar o risco de cancro do útero. Publicada no Journal of the National Cancer Institute, a investigação acompanhou cerca de 33.500 mulheres norte-americanas durante 11 anos, com idades entre os 35 anos e os 74. Durante este tempo foram registados 378 casos de cancro do útero. A conclusão dos cientistas é que as mulheres que usaram alisadores de cabelo mais de quatro vezes por ano tinham duas vezes mais hipótese de desenvolver cancro do útero do que aquelas que não os usavam.
Os resultados deste estudo são preliminares e são precisas mais investigações.
No estudo, estima-se que entre as mulheres que não usaram produtos químicos para alisar o cabelo nos últimos 12 meses, 1,6% desenvolveriam cancro uterino aos 70 anos, enquanto nas que usam frequentemente esse risco aumenta para 4 por cento. Embora o risco geral de cancro do útero seja baixo, o estudo sugere que esse risco aumenta com a utilização mais habitual dos produtos químicos.
Estudos anteriores sugeriram que o cancro do útero, especialmente alguns subtipos mais agressivos, afetam mais as mulheres negras, mas esta investigação diz que as mulheres de todas as raças e etnias que usam produtos para alisar o cabelo têm um risco aumentado de ter este cancro.
“Não acho que as mulheres negras estejam necessariamente em maior perigo ao usar esses produtos, apenas os usam mais”, esclareceu Alexandra White, principal autora do estudo, citada pelo jornal The Washington Post.
Os cientistas não analisaram os ingredientes específicos dos produtos de alisamento para cabelo que as mulheres usaram, embora levantem a hipótese de que alguns deles – como parabenos ou formaldeído – possam estar associados ao aumento do risco de desenvolver cancro.
Acrescentaram, ainda, que os alisadores podem ser mais problemáticos do que outros produtos capilares porque são mais abrasivos para o couro cabeludo, podendo causar queimaduras e, consequentemente, uma maior absorção de químicos.
Num estudo anterior foi sugerida uma relação entre as tintas para pintar o cabelo de forma permanente e os alisadores e um maior risco de ter cancro da mama e dos ovários, no entanto, neste estudo não foi encontrada qualquer relação entre outros produtos, que não os de alisamento, e o cancro do útero.