Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), afirmou esta semana que, de acordo com novos dados do Morbidity and Mortality Weekly Report do CDC, os efeitos secundários da terceira dose da vacina contra a Covid-19 não são muito diferentes dos observados nas segundas doses. “A frequência e o tipo de efeitos colaterais foram semelhantes aos observados após as segundas doses da vacina e foram, na maioria, leves ou moderados e de curta duração”, referiu, em comunicado. O próprio relatório, que teve em conta dados de 12 de agosto a 19 de setembro, descreve o mesmo cenário: “A terceira vacina contra a Covid-19 parece ser segura e as pessoas tiveram reações semelhantes leves a moderadas.”
De acordo com o relatório, até 19 de setembro mais de 2 milhões de pessoas receberam doses de reforço da vacina contra o SARS-CoV-2 nos EUA e mais de 22 mil reportaram, na aplicação V-safe, o que sentiram após a inoculação. Cerca de 7 mil norte-americanos referiram ter sentido alguns sintomas, com mais de 6 mil a relatarem não conseguir realizar atividades normais do dia a dia, principalmente no primeiro dia após a vacinação. Em relação aos sintomas mais comuns, 43,4% das pessoas referiram ter tido dores de cabeça, 56% relataram sentir-se fatigadas e, o mais usual, 71% disseram ter tido dores no local da injeção. Além disso, 7% dos que preencheram o questionário referiram ter tido dor generalizada intensa e 13 pessoas foram hospitalizadas, mas não se conhece o motivo dessa hospitalização.
Mais de 12500 pessoas relataram como se sentiram depois de serem inoculadas com cada dose da vacina mRNA (Pfizer ou Moderna) e quase 80% referiram ter tido reações locais após a inoculação com a terceira dose, semelhante ao que foi verificado depois de tomarem a segunda dose.
Em agosto, a FDA, o organismo norte-americano responsável pela segurança dos alimentos e medicamentos, autorizou a administração de uma terceira dose de vacinas Pfizer e Moderna contra a Covid-19 a imunodeprimidos. Já na última semana, os EUA autorizaram a vacinação com uma terceira dose da vacina Pfizer para pessoas a partir dos 65 anos ou que estão “em risco” no trabalho, por exemplo. Esta segunda-feira, o Presidente Joe Biden foi inoculado com uma dose de reforço da vacina e encorajou os americanos a fazerem o mesmo.
Neste momento, os EUA recomendam a dose de reforço a três grupos distintos: pessoas com 65 anos ou mais, as que têm entre 18 e 64 e apresentam risco de desenvolver uma forma grave da doença por terem diabetes ou sofrerem obesidade, por exemplo, e as pessoas que estão muito expostas ao vírus, como no seu local trabalho.
Ainda de acordo com este novo relatório, concluiu-se que não foi identificado qualquer padrão inesperado de reações adversas, mas o CDC admitiu que o documento contém limitações, como o facto de o registo na aplicação ser opcional e a percentagem de pessoas de etnia caucasiana que respondeu ao questionário ser superior ao da população nacional.