A infeção nos diferentes grupos etários modificou-se e, a partir de março, abaixo dos 10 anos de idade, ultrapassou o valor de um. Por esta razão, Henrique Barros começou a sua intervenção na reunião do Infarmed desta terça-feira manifestando preocupação com a monotorização dos mais novos, “na medida em que o ciírculo vacinal está a vir dos mais velhos para os mais novos, deixando estas idades mais suscetíveis à circulação do vírus”.
A fim de analisar esta suscetibilidade, foi realizado um estudo aos grupos escolares de Santa Maria da Feira e Paredes, ambos na Região Norte, no qual foram analisados 1129 estudantes e 210 profissionais, através de testes serológicos, um inquérito de sintomas e contactos e ainda a identificação individual de casos de infeção, previamente diagnosticados por teste PCR ou teste rápido de antigénio.
Observando uma “enorme variabilidade entre turmas”, no que respeita a presença de casos de infeções confirmadas por testes PCR ou de antigénio, com turmas sem casos e outras com muitas infeções, o epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto considera que “há processos de prevenção que estão a funcionar” e que é possível “as infeções não estarem a ocorrer dentro do espaço escolar”.
Para Henrique Barros, que já em janeiro defendia que “a locomotiva da epidemia não estava nas escolas”, numa turma de 20 alunos, a probabilidade de uma criança com Covid infetar as restantes é de 13%, “um ou dois dos seus colegas”. Acreditando que “as medidas de mitigação no ambiente escolar funcionam e favorecem a segurança das atividades letivas”, o especialista defendeu, “numa perspetiva de saúde pública e de maior conhecimento da dinâmica de infeção na comunidade”, a monitorização de certas escolas que funcionassem como “estruturas sentinela para a vigilância e conhecimento”.
Nas conclusões do estudo que apresentou, Henrique de Barros escreveu ainda que “o risco de infeção está aumentado quer nas crianças quer nos profissionais das escolas quando os contactos de risco ocorrem fora da comunidade escolar”