Perante variantes do SARS CoV-2 que revelam ser duas e três vezes mais transmissíveis, o grande risco que se afigura, para os responsáveis da União Europeia, é que possa aumentar ainda mais a carga sobre os sistemas de saúde já muito sobrecarregados. Assim, para tentar evitar um cenário ainda mais catastrófico da pandemia de Covid-19, as autoridades europeias insistem que é preciso impor medidas mais restritivas que interrompam os contactos – e é aqui que entra a interrupção da livre-circulação, a partir das regiões onde o risco de contágio é extremamente elevado (isto é, mais de 500 casos por cem mil habitantes). “Este não é o momento para viagens”, frisou, a propósito, o comissário europeu da Justiça, Didier Reynder.
Neste novo mapa da UE, proposto em Bruxelas esta segunda-feira, 25, por recomendação do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (que insiste na necessidade de mais medidas fora da área da saúde), a Comissão propõe o aditamento de “vermelho escuro” para indicar as zonas onde o vírus circula a níveis muito elevados e nessas áreas todas as viagens não essenciais devem ser “fortemente desencorajadas”, pelo menos “até a situação epidemiológica melhorar”.
“À luz das novas variantes do coronavírus e do elevado número de novas infeções em muitos estados-membros, é necessário desencorajar fortemente as viagens não essenciais, evitando ao mesmo tempo o encerramento de fronteiras ou proibições generalizadas de viagens, e assegurando que o funcionamento do mercado único e das cadeias de abastecimento permaneça ininterrupto. Por conseguinte, é necessária uma ação mais orientada para assegurar uma abordagem coordenada sobre medidas restritivas dentro da UE”, lê-se no comunicado divulgado pela Comissão Europeia.
Portugal tem, neste momento, uma incidência cumulativa a 14 dias (entre os dias 5 e 18 de janeiro) de 1 227 casos por 100 mil habitantes, valores que já catapultaram o País para o topo da lista mundial com mais casos e mortes por milhão de habitantes, e com a maior taxa de contágios.