O risco de anafilaxia associado à vacina da Pfizer-BioNTech “aparenta ser raro”, indica o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa) dos Estados Unidos da América, ao revelar os primeiros dados sobre reações adversas à toma da primeira dose. A conclusão assenta no facto de, entre quase dois milhões de pessoas vacinadas (1 893 360), de 14 a 23 de dezembro, apenas 21 terem sofrido um choque anafilático, o que corresponde a 0,001% do total.
O mesmo é dizer que um em cada 90 mil (ou 11 em cada milhão) indivíduos vacinados tiveram de ser tratados para debelar este efeito secundário severo, que pode ser fatal. Quatro destes 21 pacientes foram hospitalizados, três deles nos cuidados intensivos, e os restantes 17 deram entrada nas urgências para receberem tratamento, que consiste em injeções de epinefrina (adrenalina), uma solução “sem contraindicações”, como refere o CDC. Quase todos (17) apresentavam um “histórico de alergias ou reações alérgicas” a drogas, medicamentos, comida, picadas de insetos e vacinas. Dois já tinham passado por uma situação de anafilaxia após terem sido vacinados, um contra a gripe e outro contra a raiva.
Segundo os dados recolhidos pelo CDC, os choques anafiláticos relacionados com a vacina da Pfizer-BioNTech – a mesma que está a ser administrada na Europa, Portugal incluído – contra o novo coronavírus afetaram, sobretudo, mulheres (90%), com a média de idades a situar-se nos 40 anos. A maior parte destas reações surgiu nos primeiros 15 minutos a seguir à toma da vacina.
Outros efeitos secundários observados, mais leves, como irritação na garganta e ligeira dificuldade respiratória, apareceram, quase sempre, entre os primeiros 15 a 30 minutos a seguir à inoculação. Ao todo, 4393 pessoas (0,2%) do referido universo de quase dois milhões sofreram algum tipo de reação adversa.
Como medidas preventivas, o CDC aconselha as entidades de saúde responsáveis pela vacinação a conhecerem o histórico de alergias dos pacientes e a terem disponíveis doses suficientes de epinefrina, de modo a darem a resposta adequada em caso de necessidade. Além disso, os vacinados devem aguardar no local entre 15 a 30 minutos para o caso de sofrerem reações adversas graves.