Quantas pessoas tiveram reações alérgicas à vacina da Pfizer/BioNtech?
Até ao momento, sabe-se que dois profissionais do NHS (sigla do Sistema Nacional de Saúde britânico) tiveram reações alérgicas graves – choque anafilático – depois de terem recebido a vacina.
Recorde-se que o Reino Unido iniciou o processo de vacinação contra a Covid-19 na terça-feira, 8 de dezembro.
A que se devem essas reações?
O choque anafilático é um colapso provocado por uma intensa reação alérgica que pode ter origem em alimentos, medicamentos ou picadas de insetos, em casos graves pode provocar a morte se não for tratado a tempo. Segundo a imprensa britânica, os dois profissionais de Saúde era portadores da EpiPen – uma espécie de caneta que é uma injeção automática de adrenalina para autoadministração em caso de emergência – o que faz supor que anteriormente tiveram alguma reação alérgica grave. Não foi divulgado onde trabalham os funcionários, nem em que local receberam a vacina, mas que estão a recuperar bem depois de terem recebido o tratamento.
Depois destes acontecimentos, quais são, agora, as recomendações para quem vai receber a vacina da Pfizer?
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla em inglês) emitiu o alerta segundo o qual todas as pessoas que já tiveram reações alérgicas graves a medicamentos, alguns alimentos ou outra vacina no passado não devem receber a vacina da Pfizer. No documento lê-se: “Qualquer pessoa com antecedentes de reação alérgica significativa a uma vacina, medicamento ou alimento não deve receber a vacina Pfizer/BioNTech, assim como não deve ser dada a segunda dose a quem teve reações alérgicas na primeira toma”. June Raine, diretora executiva da MHRA, frisou que a “anafilaxia é um efeito lateral conhecido, embora muito raro, de qualquer vacina” e que “a maioria das pessoas não terá anafilaxia”, por isso “os benefícios em proteger as pessoas contra a Covid-19 superam os riscos”.
As reações alérgicas são todos iguais? Porquê o aviso sobre três categorias diferentes: vacinas, medicamentos e alimentos?
As reações adversas são diferentes. “Quem tem reação a uma substância, não tem a outra”, explica Gustavo Tato Borges, médico de Saúde Pública. O facto de a entidade reguladora britânica alertar para as três substâncias “será por uma questão de prudência”, para que se “possa avaliar o que causou a reação”, nota. Om médico acrescenta que este alerta é para “reações graves” e não para outros tipos de alergias, por exemplo, “ao pó ou aos pólens”.
A vacinação foi suspensa?
Não. Foi dado o alerta para não ser administrada às pessoas com alergias graves, mas a vacinação continua como estava previamente delineado, os idosos e profissionais de Saúde, que fazem parte do grupo prioritário, continuam a recebê-la.