O valor que mede a rapidez da transmissão do SARS-Cov2 baixou nos últimos dias, garantiram as autoridades de Saúde na reunião que decorreu esta quarta-feira no Infarmed- Autoridade Nacional do Medicamento. De acordo com os dados divulgados no encontro quinzenal, que junta políticos e especialistas, nos primeiros cinco dias deste mês de julho, o Rt situou-se nos 0,98. Este valor indica a força do vírus no País e, na última reunião, que se realizou a 24 junho, situava-se, a nível nacional, nos 1,19, um valor que era o mais alto entre 27 países europeus, segundo um estudo que foi apresentado. Quando o “Rt” se situa abaixo de 1, é sinal de que a propagação está a baixar; se estiver acima, indica que está a crescer (ou seja, cada doente contamina, em média, mais de uma pessoa).
Segundo os dados apresentados na reunião desta quarta-feira, dia 8 de julho, o Algarve é a região com risco de contágio (Rt) mais baixo: 0,77. No Alentejo, esse valor também desceu e situa-se neste momento nos 0,86. Lisboa, que nos primeiros cinco dias de julho teve uma média de 250 a 300 casos, também desceu a barreira do 1 no que se refere ao risco de contágio, estando agora com uma taxa de 0,97. Já a zonas Norte e Centro têm valores mais elevados. Na primeira, o índice de transmissão do vírus é o mais alto com 1.09. Na segunda, esse valor situa-se nos 1.08.
De acordo com os documentos divulgados no auditório do Infarmed – onde na semana passada António Costa se irritou com a ministra Marta Temido e exigiu ter mais dados para poder, segundo explicou, tomar decisões – Portugal apresentava um Rt acima de 1 desde 22 maio, tendo o máximo 1,16. E agora conseguiu baixar ligeiramente. Também a região de Lisboa e Vale o Tejo baixou do 1 pela primeira vez desde 29 de abril.
Por outro lado, os técnicos esclareceram a diferente situação vivida na região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT) e no Norte. Segundo adiantaram, “a epidemia foi mais intensa no Norte na fase anterior e durante o estado de emergência”. Já na RLVT, a incidência passou a ser “mais elevada no final do estado de emergência”, com uma tendência crescente.
Segundo explicaram ainda os especialistas, “a maioria dos países que iniciou o desconfinamento apresenta valores de Rt acima de 1 ou muito próximo desse valor, apesar dos valores de incidência diferentes”.