Uma nova pesquisa realizada por cientistas dos EUA, sugere que as crianças que ouvem gravações da voz da mãe têm, pelo menos, três vezes mas probabilidade de acordar, acordam mais rápido e conseguem agir de forma mais acelerada relativamente às que têm nos quartos um alarme tradicional.
Os investigadores acreditam que esta é uma forma mais eficaz de despertar crianças que estão num sono profundo em situações urgentes, como um incêndio na casa, mas revelam que usar o nome da criança não influencia a eficácia deste tipo de alarme por voz.
O estudo, publicado na revista científica The Journal of Pediatrics, teve por base a comparação dos efeitos de quatro detetores de fumo para alarme de incêndio em 176 crianças com idades entre os cinco e os 12 anos.
Nenhuma delas tinha dificuldades de audição ou estava a consumir medicação que poderia afetar o sono. Em todas elas forem colocados alarmes para que a equipa garantisse que o alarme tocava no mesmo período de sono de todas as crianças. Além disso, foi-lhes explicada a forma mais rápida de conseguirem fugir rapidamente de um quarto improvisado no laboratório.
Um dos alarmes tinha um som agudo, de alta frequência (o mais utilizado nas casas), e os outros três eram gravações das mães das crianças, que mencionavam os seus nomes e davam instruções como “Acorda!” e “Sai do quarto”.
Os resultados mostraram que cerca de 90% das crianças acordaram com o alarme por voz, em comparação com 53% das crianças que despertaram com o alarme tradicional. Além disso, 85% delas fugiram do quarto em cinco minutos depois de ouvirem a gravação da voz da mãe, relativamente à metade que conseguiu fazê-lo com os alarmes normais.
Em relação às gravações de voz, as crianças conseguiram acordar, em média, em dois segundos, mas quando o som vinha de um alarme tradicional o despertar acontecia apenas após dois minutos e meio.
Gary Smith, investigador no Hospital pediátrico Nationwide, em Ohio, EUA, e um dos autores da pesquisa, afirma que, apesar de não se conhecerem as razões, “os alarmes de alta frequência não acordam bem as crianças com menos de 12 anos de idade” e refere que o próximo passo é perceber se, utilizando uma voz que não seja a da mãe da criança, estes resultados têm a mesma a mesma eficácia e se o género também tem influência ou não.
Ao The Guardian, Niamh Nic Daéid, investigadora na Universidade de Dundee, no Reino Unido, referiu que apoiava os resultados do estudo, mas alertou para o facto de as crianças poderem estar mais recetivas a um alarme por estarem num local diferente do seu próprio quarto. Além disso, a cientista defendeu a importância de testar outros sons familiares, como os latidos dos cães, no sentido de perceber a sua eficácia no despertar das crianças.