Obsessão pelo corpo perfeito. Este transtorno psicológico, em que há alterações na perceção da autoimagem e preocupações irracionais de possíveis imperfeições na aparência, está a afetar cada vez mais jovens. O alerta parte de um grupo de médicos do Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria que realizou um estudo sobre o tema, garantindo que esta doença está “subdiagnosticada” e a interferir com a vida de muitos adolescentes.
Os médicos lembram que esta “síndrome, ainda controversa entre autores devido à dificuldade de classificação, leva a que as vítimas tenham pensamentos repetidos acerca da necessidade de exercício físico, com o objetivo de aumentar a massa muscular”. Vítimas estas que, explicam os clínicos, se veem mais magras do que o são na realidade.
A maior incidência da vigorexia, dizem, é no sexo masculino, entre os 18 e os 25 anos.
No estudo que os pediatras elaboraram, analisou-se o caso concreto de um jovem de 17 anos a quem foi diagnosticada a doença e que sofria de dores musculares há um ano. Segundo relatam, ao longo do processo de acompanhamento, o rapaz revelou grande preocupação com a forma corporal, baixa autoestima, obsessão pela imagem, tendência para o isolamento social e longos períodos de tempo passados no ginásio. Aliás, segundo vários estudos, muitos dos que sofrem deste transtorno são frequentadores de ginásios.
Para ajudar pais e profissionais a detetarem estes casos, os autores do estudo adiantam que existem sinais de alarme para os quais se deve estar atento: obsessão pelo ginásio e/ou exercício físico compulsivo; insatisfação com o corpo; perturbações no comportamento alimentar e consumo de esteroides e outros anabolizantes.