Afinal, a testosterona pode ter ainda mais protagonismo do que se pensava. Um estudo recente, publicado na revista Personality and Individual Differences, provou que há uma base biológica para as preferências musicais das pessoas.
Acredita-se que a testosterona, hormona sexual que existe tantos nos homens como nas mulheres, embora com níveis muito maiores nos primeiros, influencia a amígdala, uma estrutura cerebral que está relacionada com a manifestação das reações emocionais no ser humano. Um grupo de investigadores da Universidade de Nagasaki, no Japão, tentou perceber se a hormona tinha, também, influência nos gostos musicais individuais.
Para isso, analisou uma amostra de cerca de 80 jovens, metade do sexo masculino e a outra metade do sexo feminino. Foi pedido a cada um deles que ouvissem vários excertos de músicas e que as classificassem de acordo com o seu gosto pessoal.
Para analisar os níveis de testosterona, foram recolhidas amostras de saliva do grupo. Os resultados mostraram que os homens amantes de rock e heavy metal tinham um nível de testosterona mais alto. Já os que têm níveis de testosterona mais baixos gostavam de ouvir géneros como a música clássica e o jazz, ao que os investigadores chamam “música sofisticada”.
Nas mulheres, os resultados não foram tão evidentes: não se provou que há qualquer ligação entre o gosto musical e os níveis de testosterona, uma vez que a quantidade desta hormona é significativamente mais baixa.
Os investigadores acreditam que os homens que têm elevados níveis de testosterona gostam de ouvir estilos de música como o rock porque essa hormona está ligada, também, à procura pela dominância, que pode relacionar-se com a rebeldia. “As pessoas que apresentam traços de rebeldia na sua personalidade também mostram uma forte preferência por estilos musicais como o hard rock e apresentam aversão a géneros como a música clássica e o jazz”, escrevem os investigadores, no estudo.
Em entrevista à New Scientist, Hirokazu Doi, um dos investigadores e autor do estudo, diz acreditar que esta hormona pode influenciar, também, outros aspetos da personalidade das pessoas, como o interesse pela arte, por exemplo.