Num contexto cultural, a cor preta sempre teve uma conotação negativa. Não é por acaso que existe a tradição de usar roupa preta em funerais, ou a superstição de que gatos pretos trazem azar. Nas palavras de Leatrice Eiseman, diretora executiva do Pantone Color Institute, à CNN, a cor “tem um certo peso associado”. O preto é “a cor da noite, a cor da escuridão, a cor que tudo esconde”, diz.
A origem deste “peso” é quase tão antiga como a própria Humanidade. No período pré-histórico, era durante a noite que o Homem se encontrava mais em risco de ser atacado por predadores ou inimigos. O processo evolutivo levou-o a desenvolver a tendência de ter medo do escuro como medida de proteção, que se manteve – e continuará a manter – até aos dias de hoje.
“Sabemos que desde o início dos tempos, o preto é a cor da noite, é a cor que consegue esconder qualquer ação nefasta cometida sob o véu da escuridão” explica Eiseman.
“O medo é como a dor – existe para nos proteger de possíveis danos”. A definição, citada pela CNN, encontra-se na obra The Anti-Anxiety Workbook de Martin Antony, professor de Psicologia na Universidade de Ryerson, em Toronto. “No escuro, o nosso sentido visual desvanece-se e somos incapazes de detetar quem ou o que se encontra ao nosso redor”, acrescenta o autor. “Ter medo do escuro é um medo programado”.
Apesar de o medo do escuro ser algo natural, não afeta todos da mesma forma. Enquanto alguns sentem apenas um ligeiro desconforto em ambientes escuros, outros chegam a sentir pavor ou terror num mesmo ambiente. A nictofobia é definida como um medo extremo da escuridão, que pode inclusivamente causar sintomas de depressão e ansiedade.
Sintomas indicadores de uma possível nictofobia podem inclir, quando em contacto com ambientes escuros, problemas de respiração, uma pulsação acelerada, ataques de pânico e uma enorme vontade de escapar da situação.