É difícil ouvir o despertador e ficar imediatamente desperto, levantando-se de seguida. O habitual é carregar no botão que adia o momento em que tem mesmo de sair da cama, nem que seja por cinco minutos.
Mas especialistas em sono da Sleep Clinic Services, na Austrália, dizem que essa decisão pode arruinar completamente o seu dia. Isto porque, quando se deixa ficar na cama, o cérebro reage como se fosse entrar novamente num sono profundo e são libertadas hormonas que que intensificam esse efeito: o organismo está pronto para iniciar um novo ciclo de sono.
Como isso não acontece, já que tem de se levantar depois de 10 minutos, o seu corpo fica “confuso” e aquela sensação de tontura que é normal no momento a seguir a acordar – o cérebro e o corpo passam pelo processo de despertar -denominada inércia do sono, pode durar mais do que seria de esperar (normalmente, dura entre 15 e 30 minutos). Uma investigação recente refere que acordar durante o início de um ciclo de sono ou durante um sono profundo pode fazer com que a sensação de inércia do sono dure de duas a quatro horas.
E, mesmo que tenha dormido muito bem durante toda a noite, os especialistas dizem que a sensação de que teve uma noite de sono péssima vai aparecer.
O conselho é ativar o despertador para uma hora que seja dez minutos mais tarde do que costuma fazer e levantar-se assim que ele comece a tocar. Outra solução é utilizar um relógio físico que não tenha a opção de “adiar” ou até colocar o telemóvel/despertador longe do local onde dorme, já que dessa forma vai ter de se levantar para o desligar.
Isto porque dormir em demasia (mais do que nove horas) pode, também, ter impacto negativo na saúde. Investigações recentes mostram que o sono prolongado pode aumentar o risco de demência, causar perda de memória e até engordar. Outro estudo mostrou que há uma ligação entre longos períodos de sono e o aumento futuro de peso em adultos.
O mesmo estudo dá conta de que tanto os ciclos de sono demasiado curtos como aqueles demasiado longos estão associados a um risco significativo de se vir a ter diabetes tipo 2: quem dorme seis horas tem um risco 9% maior do que as pessoas que dormem sete horas. Já quem dorme mais de oito horas tem mais 14% de probablidade de vir a ter diabetes do que quem dorme as sete horas padrão
Os especialistas alertam para o facto de ser muito complicado, com o stress diário e todas as responsabilidades, conseguir ter um ciclo de sono correto, mas que o importante é conseguir arranjar um equilíbrio entre as horas de dormir e as atividades do dia-a-dia.