Os jovens estão mesmo a regressar ao campo, não é ilusão. Só este ano, a CAP diz que se instalaram 2 mil jovens na agricultura. O que dá uma média de 200 por mês. “Muitos têm formação superior, vêm de outras áreas para criar o seu próprio emprego, são empreendedores”, frisa João Machado, presidente da CAP. As boas notícias sucedem-se: “Nos últimos dois anos, a agricultura criou mais de 20 mil novos postos de trabalho e os projetos já entrados no Ministério da Agricultura para serem financiados pelo PRODEP preveem a criação de mais 30 mil empregos.”
Isto só traduz a continuidade de uma tendência que começou timidamente mas promete impor-se. Nos últimos cinco anos, foram “investidos 5,7 mil milhões de euros na agricultura, mais de mil milhões anuais”, em grande parte suportados por privados (apenas 30% de fundos públicos). Conclusão: o setor começa a rejuvenescer, a modernizar-se (usa agora muita tecnologia), a produzir mais, melhor e a aumentar a rentabilidade. Por esta altura, a agricultura valerá qualquer coisa como “10 mil milhões de euros”.
Mais: de janeiro a agosto, as exportações aumentaram 13%, esperando-se uma significativa subida no final do ano, apesar da crise e das dificuldades. A produção de milho tem vindo a aumentar e a contrariar a descida da produção de cereais. Mas é à viticultura (vinho e vinha), ao olival e aos frescos (frutas e hortícolas) que se deve o bom desempenho nas exportações.
O vinho exporta-se para uma centena de países, o azeite para o Brasil e os produtos frescos para o Norte da Europa. Da pera rocha, por exemplo, a Inglaterra e os países nórdicos são bons clientes. “Todos os dias saem de Portugal, sobretudo do Oeste, muitos camiões com destino à Alemanha e à Holanda, com produtos frescos”, afirma João Machado. As ervas aromáticas, bem como as flores são áreas em ascensão, estas últimas muito apreciadas no mercado holandês. Pode então calçar as galochas e agarrar na enxada…