Raramente vemos esses Homens e Mulheres em ação. Mas todos os dias eles levam a cabo um infindável número de serviços urbanos de que o comum dos mortais nem se apercebe: eles simplesmente aparecem feitos. Não só o cidadão comum não tem a perceção de como os mesmos foram realizados (e ainda bem, porque é sinónimo de que esses mesmos serviços estão a ser prestados sem mácula), como também, e por maioria de razão, não os valoriza devidamente.
Refiro-me mais concretamente à limpeza urbana e recolha de resíduos, que assume especial relevância e exige esforço acrescido em determinadas fases, como é o caso da quadra natalícia e de fim de ano. São Homens e Mulheres que, de dia e de noite, pugnam no anonimato e quase invisíveis por limpar as ruas e recolher os resíduos, que são produzidos por todos nós, muitas das vezes quando as famílias estão reunidas em torno da ceia de Natal ou se divertem na passagem do ano. Não raras vezes sob condições climatéricas manifestamente adversas, em que o frio e a chuva contrastam com o conforto dos lares, esses trabalhadores desenvolvem tarefas essenciais para o nosso bem estar, para a salubridade e higiene pública.
O nosso quotidiano seria dramático sem o concurso sério, empenhado e até abnegado destes nossos concidadãos. Dificilmente conseguimos imaginar o que seria a nossa vida, até nos seus aspetos menos relevantes, sem a atividade que este Homens e Mulheres desenvolvem diariamente. Outras atividades assumirão porventura igual importância para a sociedade. Mas confesso que tenho pena, de acordo com a que é a minha sensibilidade, que a ação destes trabalhadores tenha tão pouco reconhecimento público, respeito social até, por parte de todos nós.
Por isso, presto aqui a minha singela mas sincera homenagem a todos quantos de forma superior, abnegada, eficiente, permitem que gozemos de um conforto e mesmo de uma saúde diferente e melhor do que teríamos sem a sua prestimosa ação. Numa época em que tantas e tantas dificuldades nos afrontam, estes Homens e Mulheres, competentes e humildes, são indiscutivelmente tão bons como os melhores: constituem sempre parte da solução, e não do problema.