Eladio Fernández, fotógrafo de conservação dominicano e líder da expedição, aventurou-se pelo vizinho Haiti em busca de uma magnólia descrita pela primeira vez pelo botânico Erik Ekman em 1925, a Magnolia Emarginata. A flor estava na Lista Vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação das Espécies (IUCN), que chegou a classificá-la como “possivelmente extinta”.
Ao suspeitar que a magnólia pudesse sobreviver em habitats de zonas com altitudes elevadas, a equipa viajou até ao Maciço do Norte, a maior cordilheira do Haiti. O terreno montanhoso e a chuva intensa limitaram a busca, quase parando a expedição, mas no terceiro dia a equipa encontrou uma árvore de magnólia. Os investigadores identificaram 16 magnólias adultas com flores em várias fases de crescimento numa ravina isolada da floresta e acreditam que haverá mais na mesma área.
Com apenas 1% o tecido florestal original do país a manter-se atualmente, muitas plantas nativas crescem apenas em montanhas ou ravinas inacessíveis.
Os investigadores esperam agora ajudar as comunidades locais a contribuir para a restauração desta espécie e, eventualmente, iniciar um viveiro. O Haiti National Trust, uma organização ambiental sem fins lucrativos dedicada a proteger a biodiversidade do país, cultivou quatro outros tipos de magnólias nativas na ilha de São Domingos, um território que se divide entre os dois países – República Dominicana e Haiti.
Fernández, que também é diretor de comunicação do Haiti National Trust, partilhou o otimismo que a descoberta desta espécie trouxe. “Apesar do estado sombrio das florestas degradadas, o país ainda abriga espécies como esta que não se encontram em mais lado nenhum do mundo, dando-nos a oportunidade de as salvar”, explica em comunicado.