Vulgarizar o uso de armas nucleares é o objetivo de Putin, e nessa escalada de destruição maciça, o presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, já oferece, em nome da Rússia, esse tipo de armamento a quem aderir à «União de Estados» comandada por Moscovo. Ainda só há um parceiro, mas a oferta revela uma total insanidade.
Quem aderir leva uma prenda. Ou algumas, conforme o tamanho e a localização. A normalização de uma guerra nuclear passou a ser a estratégia militar do Kremlin, ao perceber que não tem meios convencionais para impedir uma contraofensiva vitoriosa da Ucrânia.
Lukashenko acha que a sua salvação política está no arsenal nuclear tático enviado pelos russos, não percebendo, sequer, que nunca terá autoridade direta para usar essas armas. A decisão final residirá sempre na vontade de Putin, e dos seus generais. O mesmo se passaria com qualquer outro país que aderisse a esta feira nuclear.
Há desespero em Moscovo e grande inquietação e medo nas regiões ocupadas na Ucrânia, que cairão como um castelo de cartas. Está de volta o «jocker» nuclear. O tudo ou nada. Todas as linhas vermelhas impostas pelos russos foram ultrapassadas pelos aliados, para dotar o exército ucraniano com os melhores equipamentos militares do mundo – veja-se a cúpula de ferro que está a funcionar em Kiev e noutras zonas e cidades – e isso arrumou com as pretensões de grandeza e poder da Rússia. E para tudo acabar mal, também para a Rússia, só falta o recurso às armas nucleares.
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