Zelensky é a personalidade da «Time», e também o espírito ucraniano, que está cada vez mais atrevido, para grande embaraço de Putin. Três bases aéreas russas, a centenas de quilómetros da fronteira, foram atacadas, sabe-se lá como, pondo em causa a inexpugnabilidade da Rússia. Tão fortes que eles eram, antigamente.
Putin está encurralado, e volta a agitar o seu poderio nuclear. Agora já admite ter de usar essas armas, se os seus interesses forem atacados. E os seus interesses são muito vastos, como já se viu. Por coincidência, a Bielorrússia está outra vez em exercícios militares, e cresce a convicção de que Lukashenko não vai continuar a fingir e a fugir. Está apertado e ameaçado. E não quer ser envenenado.
Adensa-se o clima militar e o mistério sobre as capacidades ucranianas. Há três países (Ucrânia, EUA e Rússia) que sabem o que aconteceu nas bases militares, quais os meios usados, e que percebem que Moscovo já estará ao alcance da audácia da Ucrânia. E é por isso que Putin reaparece com as suas ameaças nucleares. A guerra dos 10 dias já vai nos 300, e alastra-se agora a território russo, lá no fim do mundo. Acabou o descanso.
A população russa está farta das aventuras militares de Putin, que sempre se meteu com os mais fraquinhos, mas essa glória esfumou-se na Ucrânia. A tralha que tem já não chega para proteger o seu próprio território, e essa realidade assustou o presidente russo. Acreditou que o apagão deitava abaixo o espírito ucraniano, e Zelensky, mas saiu a rifa a Kiev: milhares de geradores e de componentes de centrais elétricas, e de redes, já aterraram na Ucrânia, e Moscovo tem os armazéns vazios. Não há mísseis, nem drones, nem aviões ou helicópteros suficientes. E os que há, lá no fundo do saco, são abatidos. Putin está outra vez perigoso, raivoso e insensato. Um dia destes perde a cabeça.
À margem: concordo, integralmente, com o abraço da Mafalda Anjos ao Ronaldo. Ele deu-nos tudo no futebol: grandeza e reconhecimento mundial. É, e será sempre, o melhor do mundo.
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