Onde vai parar Elon Musk? É cada vez mais difícil responder a esta pergunta. O empreendedor, que está a forçar a transição energética com a Tesla, pretende transformar a humanidade numa espécie interplanetária com a Space X e melhorar as capacidades dos nossos cérebros com a Neuralink, fez uma oferta de compra da totalidade das ações do Twitter por 43 mil milhões de dólares, o equivalente a cerca de 40 mil milhões de euros. O que dá um valor de cerca de 54,20 dólares por ação, 54% mais que o valor de mercado no momento antes do anúncio.
O interesse foi oficialmente apresentado através da Securities and Exchange Commission (SEC), a supervisora do mercado financeiro norte-americano. Como é habitual, Musk anunciou a oferta no Twitter, embora, desta vez, só o tenha feito depois de submeter o pedido oficial. Foi também no Twitter que Musk garantiu que a oferta é “a melhor e a última”.
É importante salientar que a oferta de aquisição foi feita em nome pessoal, com compra em dinheiro, e não, como tantas vezes acontece, através de troca de ações ou de empresas geridas pelo empreendedor.
Musk garante que o “Twitter precisa de ser transformado” e que investiu “no Twitter por acreditar no potencial que tem enquanto plataforma de liberdade de expressão em todo o mundo”. Elon Musk diz ainda que “a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia funcional”.
Esta decisão acontece após Musk ter-se tornado o maior acionista do Twitter com mais de 9% de ações, num processo que tem sido criticado por muitos – antes da compra, Musk tinha anunciado, no Twitter, que estava a considerar criar uma nova rede social com garantia de liberdade de expressão, criando uma pressão para reduzir o valor das ações do Twitter (o CEO da Space X tem mais de 80 milhões de seguidores). Mais, na declaração de interesse de compra, Musk criticou o presidente do Twitter, Bret Taylor: “Após ter feito o investimento, percebi que a empresa, como está, não prosperará nem responderá a este imperativo social”. O empreendedor vai ainda mais longe “Se o negócio não avançar, considerando que não tenho confiança na equipa de gestão e que não acho que seja possível fazer as alterações necessárias no mercado público [empresa cotada em bolsa], então terei de reconsiderar a minha posição como acionista”. O que pode ser lido como uma ameaça, no sentido em que se os acionistas não aceitarem a oferta do milionário, então ele poderá vender os seus 9,2%, o que poderá levar a uma queda abrupta no valor das ações.