Quão séria é a aposta da Samsung nos smartphones de ecrã dobrável? É séria ao ponto de a tecnológica sul-coreana ter deixado de parte uma das suas linhas de produto mais icónicas e bem sucedidas, os smartphones Galaxy Note, para trazer maior foco e mediatismo aos recém-anunciados Galaxy Z Fold 3 e Galaxy Z Flip 3. “Estamos seguros que a indústria virá atrás de nós”, defende José Correia, diretor de marketing da categoria de produtos móveis da Samsung, em entrevista à Exame Informática.
“Acreditamos que o resto da indústria irá também, mais cedo ou mais tarde, trazer os seus smartphones [de ecrã dobrável]. Já há vários. E todos aqueles que são protagonistas do mercado, exceto a Apple, todos já apresentaram os seus protótipos. Nós estamos claramente apostados em tornar os dobráveis um novo formato convencional do mercado”, acrescenta o responsável.
Além da Samsung (cinco modelos), só a Huawei (três modelos), a Motorola (dois modelos), a Xiaomi (um modelo) e a Royole (um modelo) lançaram smartphones dobráveis no mercado. Estes são dispositivos que, pelo fator novidade e pelas características únicas, são muito mais caros (até para topos de gama) e ainda colocam desafios às próprias marcas que os produzem, sobretudo por causa da fragilidade do formato. Que o diga a Samsung, que teve de adiar o lançamento da primeira geração do Galaxy Z Fold, em 2019, por ser demasiado frágil.
“O pioneirismo traz sempre algum risco associado, mas temos sabido lidar com a crítica e a melhor forma de lidar com essa crítica é precisamente incorporar aquilo que nós consideramos que, dessa crítica, é uma boa crítica para os novos equipamentos”, explica o porta-voz da Samsung Portugal.
Pode saber mais sobre os novos Galaxy Z Fold 3 e Z Flip 3 aqui, mas na prática os smartphones estão mais robustos, ligeiramente mais pequenos e leves, mas talvez mais importante, estão mais baratos.
“Tendo em conta os preços, as nossas expectativas estão naturalmente enquadradas naquilo que são os preços de ambos e é nessa perspetiva que referimos claramente que estamos satisfeitos com a procura dos portugueses. O que nós queremos agora, com os novos equipamentos e com a baixa de preço que fazemos, é claramente partir para uma massificação destes telefones enquanto um standard daquilo que é o premium em Portugal”, sublinha José Correia.
E se os smartphones em si não forem suficientes para convencer os consumidores, a Samsung está decidida a baixar a barreira de entrada no mundo dos dobráveis. Com o lançamento dos novos smartphones, a marca aposta em dois formatos que complementam a venda tradicional. Quem quiser, pode comprar os novos Fold em opção de aluguer (entrada inicial de 99 euros, mais um pagamento mensal por um contrato de 18 meses e opção de troca para um smartphone melhor ao fim de 12 meses) e também em opção de programa de testes. Este último, permite ao consumidor comprar o smartphone e devolvê-lo até 60 dias após a compra caso não esteja satisfeito (com devolução do dinheiro).
“Da mesma forma que há dois anos inaugurámos uma nova era na indústria com a apresentação dos primeiros equipamentos dobráveis, o que nós queremos também é liderar ao nível da adoção dos utilizadores deste tipo de equipamentos”, acrescenta José Correia.
Os holofotes estão no Z Flip
Ainda que o Galaxy Z Fold 3 seja o mais avançado e mais ambicioso dos dois novos dobráveis anunciados (e também o mais caro), é no Galaxy Z Flip 3 que estão concentradas as principais atenções. Isto porque com um preço de 1099 euros e um formato, quando aberto, que se assemelha mais a um smartphone convencional, poderá cativar mais utilizadores a experimentarem o mundo dos dobráveis. A tal massificação dos dobráveis que a Samsung ambiciona, se acontecer, será muito à conta deste ‘pequenino’.
“Acreditamos que o Flip vai ser um grande sucesso no mercado na segunda metade deste ano”, comenta o responsável da Samsung. Não que a empresa pretenda dar maior foco a um em detrimento de outro, mas a diferença de quase 800 euros entre o Z Flip 3 e o Z Fold 3 (que custa 1850 euros) fará o mercado pender para o mais acessível. “Neste momento, a nossa previsão [interna] indica um pendor um pouco maior para o Z Flip”.
Além da componente do hardware, a Samsung também traz melhorias no software, sobretudo na adaptação da interface do sistema operativo e das aplicações para tirarem maior partido dos ecrãs dobráveis. E a tecnológica também está a trabalhar especificamente com parceiros portugueses para que as aplicações mais populares sejam totalmente compatíveis com os novos Fold. Aplicações de banca online e de conteúdos multimédia (Meo Go e RTP Play) são algumas das que estão a ser otimizadas para os novos smartphones Samsung.
O Samsung Galaxy Z Fold 3 e o Galaxy Z Flip 3 chegam ao mercado a 27 de agosto.