“Este ano estamos confiantes de que vamos tornar isto em algo massificado”. Foi desta forma que José Correia, diretor de marketing de produtos móveis da Samsung, começou a apresentação antecipada dos dois novos topo de gama da marca: os Galaxy Z Fold 3 e Z Flip 3. Isto não significa que todos os que conhece vão, de um momento para o outro, trocar para um telefone de ecrã dobrável nos próximos meses, mas as hipóteses de começar a ver estes dispositivos nas mãos de mais pessoas vão certamente aumentar.
E um dos grandes motivos para tal é a baixa de preço que a Samsung traz com estes dois novos dispositivos: o Galaxy Z Fold 3 custa cerca de 200 euros menos do que o modelo antecessor (Galaxy Z Fold 2), começando agora nos 1859 euros; e o Galaxy Z Flip 3 custa cerca de 400 euros menos do que o anterior modelo (Galaxy Z Flip), com os valores a começarem nos 1099 euros. E esta é a primeira grande novidade a saber.
A segunda está relacionada com os elementos nos quais a Samsung decidiu focar-se neste novos smartphones: “Os consumidores pediram maior resistência, sobretudo à água, suporte para [o estilete] S Pen e corpos mais finos e leves”, detalhou José Correia. E efetivamente os novos Galaxy Fold e Flip estão ligeiramente mais pequenos e mais leves, ainda que as diferenças não sejam grandes. Por exemplo, o Galaxy Z Flip 3 passou de 73,6 para 72,2 milímetros de largura e de 167,3 para 166 mm de altura.
Por fora, os smartphones estão equipados com vidro Gorilla Victus, o modelo que atualmente oferece maior resistência contra quedas e riscos. Os ecrãs propriamente ditos, por serem dobráveis, foram reforçados com uma nova película, também ela mais resistente, e a própria estrutura dos smartphones é agora construída numa liga de alumínio 10% mais robusta.
A terceira grande novidade é a integração de uma câmara debaixo do ecrã no Galaxy Z Fold 3. O sensor é de apenas quatro megapíxeis e a implementação ainda está longe de ser convincente, como poderá ver no pontilhado claramente notório numa das fotografias da nossa galeria. Mas é mais um passo rumo ao ‘desaparecimento’ das câmaras frontais: quando desligados, aqueles píxeis do ecrã tornam-se ‘invisíveis’ e deixam passar a luz que a câmara necessita para registar a fotografia.
A quarta grande alteração foi feita ao nível do software. A Samsung criou um modo novo que ‘força’ as apps a executarem em ecrã completo. Esta foi a forma de a empresa resolver muita da falta de otimização de software que havia nas gerações anteriores dos smartphones. A própria empresa redesenhou elementos da interface e da experiência de utilização para que haja menos espaço desperdiçado, sobretudo no ecrã do Fold 3, que quando aberto tem 7,6 polegadas.
Por fim, mas não menos importante, o Galaxy Z Fold 3 passa a suportar o estilete S Pen. Existem duas versões, uma que custa 50 euros e a outra que custa 100 euros (à parte), que podem ser usadas no dobrável, com destaque para a ponta retrátil, por forma a fazer menos pressão no ecrã que, por ser dobrável, é mais sensível. Por outro lado, perdem-se os muitos pontos de pressão que a S Pen reconhecia na linha Galaxy Note, o que significa uma utilização mais limitada.
E por falar em linha Galaxy Note, este ano não há novo modelo daquele que já foi um dos smartphones estrela da Samsung. A tecnológica não coloca de parte a possibilidade de voltar a esta linha no futuro, mas nesta segunda metade do ano as prioridades vão para os dispositivos dobráveis.
Já no que toca a especificações, os smartphones estão equipados com processador Snapdragon 888, 12 GB de RAM e até 512 GB de armazenamento. Diferenciam entre si nas câmaras: o Z Fold 3 tem três sensores principais de 12 megapíxeis (grande angular, ultra grande angular e telefoto), enquanto o Z Flip 2 só tem dois sensores de 12 megapíxeis (grande e ultra grande angular). A câmara de selfies é de 10 megapíxeis em ambos. O Z Fold 3 tem também um ecrã exterior maior, ainda que o do Z Flip 3 tenha aumentado de tamanho relativamente à geração anterior.
As reservas para ambos os smartphones arrancam ainda nesta quarta-feira, 11 de agosto, com a chegada às lojas a acontecer a 27 de agosto.