Ao longo da sua História e sobretudo na época dos Descobrimentos, Portugal foi um criador de pontes entre continentes, países, culturas e pessoas. O momento atual não é exceção. A capacidade dos portugueses para potenciar ligações comerciais e culturais com a sua simpatia, amabilidade e hospitalidade, bem como o seu capital intelectual desafiador, versátil e sólido, constituem características aliciantes para que diversas entidades, instituições e empresas com exposição internacional procurem o nosso País para o desenvolvimento dos seus negócios, nos mais diversos setores de atividade.
Quantos de nós nos deparamos com notícias de empresas que se instalaram ou procuram instalar-se em Portugal para fazer a ponte entre o Mercado Europeu e o Mercado Asiático, e vice-versa? Nos setores energético, segurador, financeiro e industrial, entre outros, muitas foram as entidades que percecionaram a vantagem multicultural e intelectual de se estabelecerem em Portugal. A facilidade de Portugal em estabelecer relações comerciais e culturais com outros países europeus – particularmente com Estados-Membros da UE – e com os países da CPLP – organização de que é membro fundador e impulsionador – e em fazer a ligação com países asiáticos – como, por exemplo, a China, através de Macau – é um argumento determinante e aliciante para quem procura, a partir de um ponto geográfico central, abranger outros mercados internacionais e tirar partido de relações históricas.
Simples gestos ou ações como, por exemplo, a facilidade com que falamos ou procuramos falar inglês, espanhol ou francês, logo que somos abordados por alguém que não fala a nossa língua, são sintomáticos da nossa cultura internacional e da nossa vontade de estabelecer relações com os outros povos.
A abertura do nosso Povo e da nossa cultura ao Mundo teve origem na época dos Descobrimentos, em que Portugal foi ponto geográfico central de excelência para o comércio. Desde esses tempos até aos dias de hoje, existe vontade e capacidade de estabelecer pontes através de Portugal. Não é, por isso, de admirar que, quando se procura fomentar contactos ou estabelecer relações comerciais entre o Mercado Europeu e o Mercado Asiático, o nosso País surja como um instrumento de aproximação natural e estratégico, servindo de elo de ligação entre estes dois grandes blocos. Trata-se de um valor intrínseco que Portugal e o seu povo detêm, e que quando aplicado na prossecução de objetivos comuns e com uma visão de crescimento sustentado a médio e longo prazo, permite a consolidação de resultados num ambiente de maior eficiência, fruto das evidentes sinergias, com custos de implementação inferiores.
De destacar ainda a capacidade de adaptação tecnológica que o País demonstra. Reflexo da mão-de-obra portuguesa que é hoje muito qualificada, nomeadamente nas áreas de engenharia e tecnologias de informação, a par da nossa flexibilidade em línguas, o que potencia também as relações comerciais e novas oportunidades de negócios entre países/continentes.
Em suma, Portugal assume-se cada vez mais como uma economia aberta e muito competitiva, uma porta de entrada na Europa, seja para o mercado americano seja asiático, resultando igualmente numa ponte para exportar, internacionalizar e investir noutros mercados fora da Europa, nomeadamente nos países lusófonos.