Sabemos que o transporte não será como no passado e como o conhecemos: dependente de uma pessoa – o condutor. Um dos grandes desafios é, evidentemente, a condução automatizada. Estamos numa viagem para fornecer aos clientes um serviço de mobilidade total, pois queremos tornar-nos um prestador de serviços de mobilidade: com carros, bicicletas elétricas, scooters e outros serviços como a auto-condução de automóveis. Nós, como grupo, estamos agora a construir as aplicações que irão permitir este futuro. Existem cinco níveis de condução automatizada e estamos agora a experienciar o nível três – um muito bom assistente do condutor. Mas para sermos um serviço de mobilidade total, temos de atingir os níveis 4 e 5.
Imaginemos este cenário: é o 4º aniversário da Maria, e para a festa precisamos de ir buscar a avó a sua casa, mas o bolo ainda está no forno e não há ninguém disponível para conduzir até à casa da avó. Então, enviamos o carro para a ir buscar: mas não queremos que a avó fique presa num local de construção por culpa de um mapa que não foi devidamente atualizado.
O desafio agora consiste em passar para o nível quatro e cinco, onde é necessária muito pouca ou nenhuma assistência de um condutor. Mas, para o conseguir, é necessário construir um vasto conjunto de aplicações digitais que são invisíveis para o condutor ou passageiros, mas que são cruciais para a existência deste tipo de tecnologia. Para que um automóvel auto-conduzido possa ser utilizado, muitas aplicações estão a correr, em segundo plano, num centro de dados: informações como mapas ou informações sobre o automóvel devem ser atualizadas constantemente e online, para que o melhor serviço seja entregue e fornecido. Ou então, a avó da Maria ficaria presa no trânsito.
Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo das regras e regulamentos para esta tecnologia. Isto significa que, para estar em conformidade, é necessário criar um sistema que atualize esta informação por via wireless (online) e a todo o momento. No passado, as atualizações para este tipo de informação eram feitas quando o carro estava na oficina de reparação. Há muito trabalho a fazer para garantir que essas atualizações sejam feitas de forma eficiente e rápida. Muito do que está a ser feito para o Grupo Volkswagen – nesta área específica – está também a ser construído com talento português. E porquê?
O talento português adora problemas. A criatividade, ambição e empenho é grande: os portugueses adoram problemas e não é assim em mais lado nenhum. A capacidade de levar a cabo projetos que são invisíveis para o utilizador final, que são complexos, e talvez não estejam totalmente inscritos na forma como a solução deve parecer, é ótima nas equipas portuguesas. E começando com ideias criativas, com a procura de uma abordagem mais suave, faz parte da forma como estamos a lidar com soluções. Esta é uma capacidade realmente boa que só se pode encontrar aqui em Portugal, ao contrário de outros países.
Vemos isto em soluções como o “Multibanco” que tem características que realmente faltam noutras partes da Europa – este é um grande exemplo de que os programadores portugueses estão a pensar no futuro e fora da caixa para resolver questões do dia-a-dia. Estão a tentar tornar a vida das pessoas menos complicada. Estamos sempre a pensar no cliente e na forma de resolver os seus problemas e adoramos problemas complicados e invisíveis: é isto que torna o talento português especial.