À medida que o mercado da saúde digital amadurece, a partilha de dados aumenta e a inteligência artificial progride da teoria à prática, encontramo-nos no meio de uma revolução no setor da saúde.
A verdade é que a tecnologia pode ajudar a reduzir o custo dos cuidados de saúde, pois aumenta a eficiência do diagnóstico, tratamento, reabilitação e monitorização do paciente assim como possibilita cuidados de qualidade na jornada do paciente do local de tratamento para casa. Quando os cuidados são prestados no conforto do lar do paciente, eles têm maior probabilidade de responder melhor ao tratamento, e mesmo a implementar melhor medicação e instruções médicas. Seja por meio de sistemas de telesaúde ou telemedicina ou até sistemas tecnológicos que permitem a monitorização remota dos pacientes, estas inovações estão a liderar na forma como estão a aproximar o acesso e a entrega dos cuidados, apesar de ainda ser preciso incentivar uma maior implementação e adoção.
A riqueza de obter informação valiosa através dos dados de saúde recolhidos é a possibilidade de pintar retratos detalhados de indivíduos e populações, algo que ajudará os profissionais de saúde a apoiar os mesmos na prestação e cuidados de qualidade e, consequentemente, melhorará a vida dos pacientes. Esta conectividade dos dados pode também dar informação crucial em variados locais destinados à prestação de cuidados e destacar os indicadores de risco e segurança dos pacientes a qualquer profissional de saúde.
As tecnologias de Saúde digital também contribuem para um ambiente de trabalho menos stressante para os profissionais de saúde, já que muitos passam duas vezes mais tempo em processos administrativos do que a cuidar dos pacientes.
Mas segundo um estudo da Stanford Medicine, perante esta revolução tecnológica do setor da saúde, os profissionais de saúde vêm-se em risco de cair na “lacuna da transformação”. Enquanto é esperado que as novas tecnologias transformem o cuidado ao paciente num futuro próximo, é preciso preparar a integração dos dados e das tecnologias que os armazenem no cenário clínico. Isto destaca a necessidade de mais treino digital para aqueles nas linhas da frente dos cuidados de saúde.
Educação continua dos profissionais de saúde no conhecimento, utilização e aplicação de tecnologias de saúde digital deve ser um ponto central na estratégia de digitalização do setor. Doutra forma, as iniciativas já em curso podem não ser eficazes, já que a implementação com sucesso está inteiramente dependente da habilidade dos utilizadores finais adotarem a tecnologia. Isto pode ser atingido por:
- Programas obrigatórios de treino, destinados a treinar profissionais de saúde de acordo com a sua ocupação, a sua necessidade de capacidades digitais, a sua frequência de utilização tecnológica e a sua competência. Idealmente os programas devem ser contínuos desde a educação até à sua aplicação no local de trabalho.
- Servir-se do conhecimento dos profissionais de saúde acerca dos desafios e colocá-los no centro do desenvolvimento e implementação das ferramentas digitais, de modo que ajudem a encontrar soluções para as necessidades reais dos utentes.
Treinar uma força de trabalho que compreenda as tecnologias de saúde libertará os profissionais para cuidarem melhor dos pacientes e das comunidades. Mas nesta evolução é importante que não se perca vista dos limites da tecnologia e dos profissionais, fazendo uma ponte entre ambos à medida que a tecnologia revoluciona o setor.