Carlos Gomes da Silva vai deixar de ser CEO da Galp e será substituído no cargo por Andy Brown, antigo administrador-executivo da Shell. A mudança na liderança da energética portuguesa, anunciada esta terça-feira, 12 de janeiro, terá efeitos dentro de cerca de um mês, a 19 de fevereiro.
A renúncia aos cargos de vice-presidente do conselho de administração e de presidente da comissão executiva foi apresentada hoje por Carlos Gomes da Silva e já tinha sido “oportunamente consensualizada” entre o CEO e Paula Amorim, presidente do conselho de administração, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Quem é Andy Brown
O futuro presidente executivo, Andrew Brown, tem, segundo o mesmo comunicado, 35 anos de experiência no setor da energia, quase sempre ligado a empresas do universo Shell. Entre 1984 e 2000, trabalhou na Nova Zelândia, Países Baixos, Itália, Brunei e no sultanato de Omã nas áreas da engenharia e gestão de projetos. Na Shell, casa-mãe, começou por desempenhar cargos de conselheiro junto da administração. Em 2009 tornou-se responsável pela atividade de upstream da multinacional no Qatar, área de negócio que passou a liderar enquanto administrador executivo. Era o cargo que ocupava em 2019, na altura em que saiu da empresa.
Depois disso, foi vice-presidente da SBM Offshore (companhia ligada à construção e instalação de plataformas petrolíferas), consultor sénior na Mckinsey (onde esteve 10 meses), além de consultor na JMJ, também na área do petróleo, e da ZeroAvia. Esta startup de hidrogénio está ligada ao desenvolvimento de células de combustível para aviação, que em setembro anunciou o primeiro voo comercial de uma aeronave utilizando aquele gás renovável.
Gomes da Silva, de saída, tinha funções executivas na Galp desde 2007 e era há quase seis anos CEO da empresa, período marcado pela diversificação de negócios da companhia, designadamente na área da energia solar e com interesses no hidrogénio.
Ainda esta segunda-feira foi anunciado um acordo da energética para a compra de 10% das subsidiárias portuguesas da Savannah Resources, companhia que quer explorar lítio na zona de Barroso, no norte do País.