A revista digital MAGG, criada em fevereiro de 2018, foi adquirida na totalidade por Ricardo Martins Pereira, o seu fundador e publisher, numa aquisição tornada pública no final do ano passado. Contactado pela VISÃO, o também autor do blogue ‘O Arrumadinho’ não quis comentar o negócio, e remeteu para um comunicado a ser enviado em breve às redações. Já o administrador da ‘Observador On Time’ Rudolf Gruner confirmou o negócio à VISÃO, justificando a venda com o facto os “objetivos financeiros não terem sido atingidos” como estava previsto. O responsável admitiu à VISÃO algum otimisto nas previsões de retorno iniciais, mas também um mercado de publicidade digital difícil em 2019 que poderá justificar este desfecho. O valor do negócio não foi revelado.
“Ninguém está zangado com ninguém”, sublinhou Gruner. “Fizemos a análise com o Ricardo [Martins Pereira] e demos conta de que queríamos sair do capital. Penso que o projeto vai ter pernas para andar e que vai atingir os seus objetivos”.
Esclareceu ainda que a equipa da MAGG já não está no mesmo espaço físico que o Observador, e que o site vai migrar para uma nova tecnologia, o que representa a separação total entre as duas empresas.
Até agora, a ‘Observador On Time’, dona do jornal Observador, detinha uma participaçãode 70% na Creative Ninjas, por sua vez detentora da MAGG. Os restantes 30% já pertenciam à Bandido Maneta, de Ricardo Martins Pereira. Com esta operação, o empresário passsa a controlar a totalidade do capital da Creative Ninjas, através da Bandido Maneta. Martins Pereira partilha com Maria Manuela Martins Alberto o capital da Bandido Maneta, com uma divisão de 75% e 25%, respetivamente.
A MAGG foi criada após a saída de Martins Pereira da New In Town, publicação que também fundou, e é especialmente dirigida a um público feminino com interesse em assuntos da atualidade, segundo o próprio site da publicação. Conta, atualmente, com uma equipa de mais de 20 pessoas e partilhava vários recursos com o Observador.
Foco na Rádio e nas revistas
Em entrevista por telefone à VISÃO, Rudolf Gruner admitiu que a estratégia agora é apostar naquilo que são os produtos ‘core’ do Observador: o jornal digital, a Rádio Observador, lançada há 6 meses, e os projetos editoriais de revistas feitas em parceria com a Cinco Um Zero, empresa de João Miguel Tavares.
Questionado sobre a sustentabilidade da Rádio Observador, o administrador disse-se “muito satisfeito com o projeto, que é ainda um recém-nascido”, cujas audiências têm estado a aumentar consistentemente e cujos resultados finacneiros “estão dentro do que tínhamos planeado”.
“Na rádio não estamos à espera de um retorno super rápido, mas está tudo a seguir nos termos previstos”, repetiu, adiantando que toda a administração está muito satisfeita com o que tem sido possível fazer em termos de produto e salientando a “integração editorial espetacular” que foi feita. “Temos uma única redação em que os 50 jornalistas do jornal vão à Rádio falar sobre os seus temas”.
Aquilo “que conseguimos ver é que os consumos digitais e on-demand são muito expressivos”. Gruner frisou ainda que a Rádio Observador é um projeto para continuar, e que não há qualquer risco de no médio prazo ele acabar. Lembrou que em outubro a emissão passou a estar diponível no Porto, e que foi reforçada a presença em Lisboa, sendo agora possível ouvir a Rádio Observador desde Santarém até Setúbal e passando pela Linha de Cascais, onde anteriormente não chegava.