Pedro Siza Vieira vem abrir a conferência anual da Exame num momento decisivo para a economia portuguesa. Depois de ter acelerado em 2016 e 2017, o ciclo económico terá iniciado um período de arrefecimento. Para o próximo ano, Bruxelas espera que Portugal cresça abaixo da média comunitária.
Um crescimento económico mais robusto do que se esperava tem sido uma das principais surpresas positivas dos últimos anos, arrastando consigo a taxa de desemprego e dando uma ajuda decisiva para a descida do défice orçamental.
Contudo, em 2018, a economia já crescerá mais devagar e, no próximo, essa travagem deverá acentuar-se. Depois de o PIB ter avançado 2,8% em 2017, deverá desacelerar para 2,3% este ano e 2,2% no próximo.
Este menor ímpeto da atividade económica é explicado por uma maior debilidade do consumo das famílias, assim como das exportações. Porém, é compensado por menos importações e por mais investimento que, segundo as previsões do Governo, deverá acelerar de 5,2% para 7% em 2019.
Em 2016, 2017 e 2018 a economia nacional cresceu ao mesmo nível ou acima da média da Zona Euro. E para o próximo ano? Depende da previsão que considere mais fiável. O crescimento na moeda única ficará em torno de 1,9%. A estimativa do Governo português aponta para 2,2%, mas a Comissão Europeia acha que ficará apenas em 1,8%.
Depois de terem sido conhecidas as novas previsões da Comissão, Siza Vieira disse, em declarações à Bloomberg, que esperava que a economia nacional continuasse a crescer acima da média comunitária.
Num país que nos últimos 20 anos apresentou quase sempre níveis de crescimento frágeis, é importante identificar as medidas que é necessário implementar para dinamizar a economia. É isso que o ministro da Economia tentará fazer, no discurso de abertura da conferência anual da Exame, “Os Caminhos para o Crescimento”, que terá lugar na sede da EDP, em Lisboa, no dia 13 de Novembro, terça-feira. O tema da sua intervenção será o mesmo dá nome à conferência: como pode a economia portuguesa continuar a prosperar.
Seguir-se-á um debate sobre o turismo, com André Jordan, chairman do André Jordan Group, Carlos Abade, Administrador do Turismo de Portugal, José Roquette, administrador do Grupo Pestana, e Catarina Lopes, CEO da Eastbanc Portugal.
O debate sobre a tecnologia contará com José Gonçalves, presidente da Accenture Portugal, Isabel Furtado, Presidente da Direcção da COTEC Portugal, Arlindo Oliveira, professor e Presidente do Instituto Superior Técnico, e Maria Miguel Ferreira, Head of Open Innovation no Ceiia.
Por último, o painel “Gerir em Português” será composto por três gestores estrangeiros, que lideram empresas em Portugal: Pablo Forero, CEO do BPI, Chitra Stern, fundadora do Martinhal Family Hotels & Resorts, e Oscar Herencia, General Manager da Metlife Iberia.