Só durante os quatro primeiros meses do ano, a companhia-bandeira nacional registou perturbações – atrasos e cancelamentos – em 34% dos seus voos, segundo dados recolhidos pela Air Help e a que a EXAME teve acesso. A empresa, especializada na defesa de direitos dos passageiros aéreos, estima que foram afetados cerca de 59 mil passageiros passíveis de serem indemnizados e que estas perturbações podem custar à companhia 21 milhões de euros em compensações.
Segundos os mesmos dados, abril foi mesmo o pior mês, com 36 600 passageiros afetados, podendo nesse período os pedidos de compensações atingir os 13,5 milhões de euros. A Air Help faz ainda saber que entre janeiro e abril, a TAP, liderada por Antonoaldo Neves, cancelou 665 voos, sendo que outros 7 700 sofreram atrasos entre os 15 e os 180 minutos. Durante os quatro primeiro meses do ano, houve 120 voos que operaram com atrasos superiores a 180 minutos.
Numa altura em que a TAP volta a estar em destaque, após a divulgação de um relatório do Tribunal de Contas que analisa os custos da recompra da companhia aérea pelo Estado, os números não são particularmente animadores. Recorde-se que a TAP tem estado também debaixo de fogo devido aos constantes voos feitos com recurso apenas aos “serviços mínimos de segurança”. Ou seja, os aviões voam mas com menos tripulantes, o que permite ao chefe de cabine cortar no serviço de refeições, numa regra pevista pelo acordo assinado entre a companhia aérea e os tripulantes de bordo. E é irrelevante o número de horas da viagem: pode mesmo acontecer que não haja refeições servidas a bordo nem serviços de venda., o que tem vindo a ocorrer com alguma frequência nos últimos meses e tem feito aumentar as queixas contra a TAP, sobretudo nos canais online.