Mário Ferreira, o fundador da Douro Azul e maior acionista da Media Capital, atacou hoje o presidente da Cofina, Paulo Fernandes, a quem acusa de o perseguir através do Correio da Manhã. No dia em que se realizam buscas em várias empresas de Mário Ferreira e em que o jornal do grupo Cofina titula, em manchete, “Justiça europeia investiga dono da TVI”, o gestor deixou a sua resposta no facebook:
“O meu “amigo” Paulo Fernandes em Maio de de 2020 prometeu-me que me “destruía a vida” caso eu avançasse com a compra da Media Capital, hoje o seu Correio da Manhã uma vez mais lança um ataque feroz, eles sabem que não estou acusado de nada, não sou arguido em nenhum processo”, escreveu Mário Ferreira, num post ilustrado com uma foto sua com Paulo Fernandes.
“A união de Ana Gomes a enviar cartas com falsas acusações e o CM em parceria a aproveitar para fazer notícias, parece para eles um modelo virtuoso para vender jornais… Ao meu “amigo” Paulo irei sempre responder com obra feita e nunca lhe farei a ele aquilo que não gosto que me estejam a fazer a mim, são estilos”, remata.
Esta não é a primeira vez que Mário Ferreira fala publicamente contra Ana Gomes e contra Paulo Fernandes, a quem acusa de protagonizarem uma campanha pessoal contra si. A comentadora já ataca Mário Ferreira há vários anos, começando desde o tempo dos negócios deste com os Estaleiros de Viana. No que toca ao patrão da Cofina, a relação de amizade azedou quando este grupo – inicialmente em parceria com Mário Ferreira – falhou a compra da Media Capital. Mário Ferreira sentiu-se traído e avançou em nome próprio, com sucesso.
Na última entrevista dada à Visão, há cerca de um ano, ambos os temas foram protagonistas.
Sobre Ana Gomes: Sem querer dizer o seu nome, Mário Ferreira não esquece as acusações públicas de Ana Gomes, que tem questionado as intenções e as origens dos fundos do empresário. “Eu continuo a bater na questão da credibilidade e é por isso que às vezes não vejo de ânimo leve a tal senhora andar a dizer coisas infundadas que beliscam a credibilidade das pessoas. Eu podia ignorá-la, mas não ignoro e vai ter de assumir as consequências das asneiras que disse. Ainda lhe dei oportunidade de falarmos frente a frente, e que ela pusesse todas as dúvidas, com o advogado dela. Mas a senhora não me quis receber, não me quis ouvir. Infelizmente vai ter de ouvir em tribunal e pagar por isso, pelas asneiras que disse”.
Sobre Paulo Fernandes: A amizade acabou naquele dia. Acabou. Você tem uma pessoa em quem confia e a quem se dispõe, num telefonema, a dizer “sim, senhor”, eu coloquei à disposição dele investir 25 milhões de euros – e, sinceramente, continuo a acreditar que ele teria feito um bom trabalho. Tem uma boa capacidade de trabalho, isso não está em causa. Acho que você não encontra assim muitas pessoas que digam que “sim” pelo telefone, confiando na pessoa. Foi uma quebra de confiança que, para mim, já não tem cura.