É um caso de estudo, entre os grandes eventos musicais de verão em Portugal, este festival sem fins lucrativos e baseado apenas no voluntariado que cumpre, em 2019, 20 anos de existência, ao longo dos quais se afirmou como referência, até a nível internacional, para os fãs de reggae. A receita de bilheteira reverte na totalidade a favor da Criativa, associação de jovens sediada em Carcavelos, também ela sem fins lucrativos, que começou a organizar o Musa em 1999, como parte de um trabalho de sensibilização para um “estilo de vida mais saudável e consciente”. Desde o início que o Musa apostou em ligar a música à ecologia, o que já lhe valeu o prémio de Festival Mais Sustentável, no Portugal Festival Awards. Quanto à música, desde há muito que este festival nos habituou a alinhamentos de luxo, com nomes que atraem um público muito além da tribo do reggae. Como decerto acontecerá com a atuação nesta sexta, 5, de Horace Andy. É reconhecível como uma das vozes dos históricos álbuns Blue Lines e Mezzanine, dos Massive Attack, ao ponto de muita gente pensar na altura que o veterano músico jamaicano, hoje com 68 anos, fosse realmente membro da banda inglesa. O estatuto de cabeça de cartaz é repartido, nesse dia, com os franceses Dub Inc e os jamaicanos Morgan Heritage, grupo criado em 1991 pelos cinco filhos do lendário Denroy Morgan.
Já no sábado, 6, e além dos Maneva, uma das bandas de reggae mais populares atualmente no Brasil, serão os jamaicanos Capleton e Queen Ifrica a despertar mais atenções, em especial esta, pelo modo como nos últimos anos tem usado os palcos para divulgar uma mensagem de defesa dos direitos das crianças e das mulheres. Além do palco principal, por onde irão passar todos estes nomes, o Musa conta ainda com o Bass Station e a Dub Arena, dois locais para “celebrar a cultura do soundsystem”, que prometem prolongar a animação noite fora.
MUSA > Praia de Carcavelos, Cascais > T. 93 278 7412 > 5-6 jul, sáb-dom 16h > €20 a €25 (passe)