Quando o disco Clube da Esquina foi editado, em 1972, Milton Nascimento já era um cantor conhecido no Brasil, com uma carreira iniciada cerca de dez anos antes. Mas foi só aí, quando já estava quase a completar 30 anos, que o músico carioca, então radicado em Belo Horizonte, deu finalmente o salto para a primeira divisão da MPB. Por essa altura, tornaram-se famosos os encontros com os irmãos Marilton, Lô e Márcio Borges na esquina das ruas Divinópolis com Paraisópolis, bem no coração do tradicional bairro de Santa Tereza, junto à pensão onde, então, Milton vivia na capital mineira. Aí, surgiram os famosos acordes e letras de temas como Cravo e Canela, Trem Azul, Nada Será Como Antes, Estrelas, São Vicente e Cais, que o tempo viria a transformar em clássicos para várias gerações de ouvintes. Um momento único, para Milton e para a própria MPB, que viria a ficar cristalizado para sempre no álbum duplo Clube da Esquina, assinado a meias por Milton Nascimento e Lô Borges, mas que contou ainda com a colaboração de Flávio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Toninho Horta, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Murilo Antunes e os outros dois irmãos Borges, Marilton e Márcio. Cada um seguiria depois o seu caminho, mas voltar-se-iam a juntar seis anos mais tarde, para gravar Clube da Esquina II, dois trabalhos agora recuperados para esta digressão, que, depois de várias datas lotadas no Brasil, chega a Portugal. Segundo o próprio cantor, pretende-se “mostrar ao público os grandes clássicos destes dois álbuns, embora com maior foco no primeiro, inclusivamente algumas músicas que nunca antes foram escutadas ao vivo.”
Coliseu dos Recreios > R. das Portas de Santo Antão, 96, Lisboa > T. 21 324 0580 > 26 jun, qua 21h > €20 a €90 > Coliseu do Porto > R. de Passos Manuel, 137, Porto > T. 22 339 4940 > 27 jun, qui 21h > €20 a €70